Alyne Motta
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A sensação de insegurança está presente em todos os cantos. Mas isso não significa que a Brigada Militar não está atuando. Pelo contrário, ela está cada vez mais nas ruas fazendo o seu trabalho: coibir e prender. Porém, por mais que essa função seja exercida, a legislação é falha e permite que os criminosos sejam reincidentes.
Para mostrar o quanto está atuando de maneira enérgica, o Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO-VRP) e o 23º Batalhão de Polícia Militar (23 BPM), ambos com sede em Santa Cruz do Sul, apresentaram os índices de criminalidade na tarde de quinta-feira, 10 de novembro.

De acordo com dados estatísticos apresentados à imprensa, a elevação maior dos índices foi em relação aos roubos à pedestres e homicídios/latrocínios. Conforme o major Rodrigo Sartori, do CRPO-VRP, essa elevação de números significa, acima de tudo, que a Brigada Militar está atuante na região.
No ano de 2015 os homicídios foram 52 casos. Só este ano, até o mês de outubro, já são 69, representando um aumento de 32%. Conforme o Major Paulo Fernando Soares do Nascimento, responsável pelo 23BPM, apesar de elevado, no mês de outubro esse número foi um caso do tolerável, que é de 3. Em outubro de 2015 foram 5 casos registrados.
O Major Nascimento explica que a maior parte dos homicídios está ligada ao tráfico de drogas. “Quando prendemos o Tatu, em 2012, o espaço de Santa Cruz foi tomado por grupos vindos de outros municípios, o que acaba gerando muitas mortes, devido a confrontos”, comenta o comandante do 23BPM, ressaltando que atuação nos locais é constante.

Números positivos
Nem só de estatísticas ruins foi o encontro. Conforme os dados apresentados, o roubo à transporte público é menor que 2015, quando teve 33 casos. Esse ano, até mês passado, são 20 casos, sendo que em outubro não teve nenhum. No mesmo período do ano passado foram registrados 5 episódios.
O roubo a veículo também está mais baixo. São 78 casos até outubro de deste ano, ficando 50% menor que o tolerável, que é 8, no último mês. Os roubos à estabelecimentos comerciais, financeiros e de ensino passou 2016 todo abaixo da média. “Não quer dizer que não ocorram, mas sim que estão menores”, comenta o major Sartori.
O encontro também serviu para apresentar soluções para as demandas de segurança pública de cada localidade. Dentro do cronograma de atividades está o planejamento para o Plano Tático de Segurança Regional com referência a sua aplicabilidade, proporcionando um atendimento ainda mais qualificado para a comunidade do Vale do Rio Pardo.
Roubos e furtos no Universitário

“Estamos com um efetivo comprometido em todo Vale do Rio Pardo, porém o crime é transitório. Hoje prendemos em um ponto da cidade e amanhã, o mesmo meliante, está solto e agindo em outra cidade ou bairro”, explicou o major Sartori, satisfeito com a ação dos brigadianos, apesar da situação que a categoria enfrenta.
O major Paulo Fernando Soares do Nascimento, responsável pelo 23BPM explica que a forma de atuação da Brigada Militar mudou, principalmente no bairro Universitário, onde vem acontecendo casos com frequência. “Além de aumentar o policiamento nas redondezas, estamos agindo nos locais aonde acontece a comercialização”.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, em todo 2015 foram 313 roubos à pedestres. No ano de 2016, somente até o mês de outubro, esse número já chegou a 344, representando um aumento de quase 10%. “O foco acaba sendo mulheres, que são mais fáceis de abordar”, comenta o Major Nascimento.
Se olharmos para o mês de outubro, em 2016 foram 47 casos de roubos, sendo o tolerável pelo 23 BPM 20. Em outubro de 2015 esse número chegou a 32. De acordo com o Major Nascimento, o foco dos roubos acaba sendo os celulares, que são vendidos e, muitas vezes, trocados por drogas.
“Temos um retrabalho diário devido à Legislação existente, que não mantém os ladrões atrás das grades”, desabafou o Major Nascimento. Ele complementa afirmando que a Brigada não vai deixar de lado o seu trabalho. “Vamos continuar prendendo os criminosos, quantas vezes forem necessárias”.














