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A autocrítica do entretenimento

Para o mal e para o bem, os Estados Unidos desempenham um papel preponderante no cenário mundial. O país do ‘Tio Sam’ diverte o planeta, não é verdade? Música, cinema, TV… Somos claramente influenciados pelos norte-americanos, todos os dias. O entretenimento proporcionado pelos Estados Unidos, em muitos casos, possui um nível de qualidade altíssimo, levando-nos também a refletir, além de divertir.

Um dos exemplos dessa realidade é o filme ‘Nasce uma Estrela’, de 2018, dirigido por Bradley Cooper, com Cooper e Lady Gaga nos papéis principais. As músicas desta obra cinematográfica são excelentes, muito bem interpretadas, o que garante uma diversão da melhor categoria. Por outro lado, a história do filme possui uma dramaticidade bastante demarcada pelo alcoolismo do personagem interpretado por Bradley Cooper.

Muitos esquerdistas criticam o individualismo propagado pelos Estados Unidos, e ‘Nasce uma Estrela’ não se desvia desse assunto. Afinal, uma das temáticas do filme é a ascensão musical de uma personagem (interpretada por Lady Gaga), em contraposição à decadência do personagem de Cooper. O filme claramente possui uma preocupação com os indivíduos e com as relações que se estabelecem entre eles. Portanto, o aspecto coletivo não é ignorado pelo filme. Pelo contrário.

Tanto isso é verdade que ‘Nasce uma Estrela’ faz uma crítica ao próprio “sistema de entretenimento” norte-americano. “Sistema” este que, em muitos casos, tolhe a autenticidade do artista e, muitas vezes, apenas aceita o “grande sucesso”, ignorando as pessoas que estão em “decadência”.