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A corda bamba da realidade

As entrevistas dos políticos e dos governantes, nos ajudam a entender a realidade, ou pelo menos, nos trazem uma interpretação das questões que envolvem a sociedade humana. É por isso que, em nossos editoriais, apresentamos noções de uma pessoa como Paulo Guedes. Segundo ele, o Brasil pode ser entendido, a partir da redemocratização, como uma social-democracia e, desde 2019, a tentativa é de implantar uma liberal-democracia.

Guedes é um político ligado ao pensamento de direita e, em nossos editoriais, fazemos análises sobre o pensamento de esquerda também. A ideia é oferecer ao leitor tais interpretações, para compreendermos a estrutura social, o que nem sempre representa uma exatidão, levando em conta as diferentes ideologias.

Nessa linha de raciocínio, foi muito interessante uma entrevista recente do vice-presidente Hamilton Mourão (também de direita) para a CNN Brasil. Independente da questão ideológica, sua visão parece bastante eficaz. Mourão disse que a Primeira e a Segunda Guerra Mundial poderiam ser interpretadas, futuramente, como uma guerra apenas.

De fato, se observarmos atentamente, as duas guerras estão separadas por um período histórico curto (a Primeira Guerra terminou em 1918 e a Segunda iniciou em 1939, apenas 21 anos de diferença). Nesse intervalo de tempo, aconteceu a grande crise econômica iniciada em 1929, o que reforçou os nacionalismos extremos que caracterizaram a Primeira Guerra. Os nacionalismos extremos, nefastos, se fortaleceram para neutralizar a crise econômica, trazendo consequências humanas terríveis.

Com a derrota dos nacionalismos extremos na Segunda Guerra, em 1945, abriu-se caminho para a bipolaridade EUA/União Soviética e para a posterior globalização. Em 2008, mais uma grande crise econômica trouxe a indignação que retomou os nacionalismos extremos. E assim estamos agora, permanecendo em um trajeto perigoso. Na “corda bamba”.