A Erva Mate desenvolveu-se aqui no nosso continente há 70 milhões de anos e leva o nome científico: IYex Paraguarienzes. É uma árvore de seis a oito metros de altura com os seus galhos em forma de arbusto e prefere para o seu desenvolvimento terras elevadas e secas, a qual tem a sua origem o leste do Paraguai e a Argentina
Mas, também aqui no Brasil a Erva Mate desenvolveu-se nas encostas da Serra Geral e no Planalto-Sul do Brasil, e com o uso habitual (pelos nativos) e após pelos imigrantes contribuiu nos 1º anos como fator econômico importante dentro do espaçoso Município de Rio Pardo, o que despertou ao Governo Provincial o apressar de colonização emigratória com a construção de uma estrada de comunicação de Rio Pardo até em cima da Serra. Assim houve a 1ª demarcação de lotes em 1849 (colônias) no Faxinal de São Pedro, hoje Linha Santa Cruz (Picada Velha) como também em seguida a demarcação para a futura Cidade de Santa Cruz (nome que ainda não existia cuja origem citaremos em outra ocasião), ordem que veio diretamente do Governo Imperial e já independente, com D. Pedro II.
Ao mesmo tempo as regiões vizinhas registraram ano após ano o assentamento de imigrantes germânicos como também de outras nações, além dos portugueses, holandeses, ingleses, austríacos, etc…, os quais eram em minoria ao lado dos portugueses e germânicos, o que após de 1 século e meio resultou devido à sobreposição de culturas num português colorido e transformado foneticamente bem como fonologicamente ao lado da língua germânica e seus dialetos ainda hoje existentes, o que acentuou o progresso e desenvolvimento econômico social da nossa Santa Cruz!
Porém nos 1º anos a Erva Mate ao lado do couro, charque, etc…, representou o produto de troca dos portugueses bem como dos imigrantes que já haviam aceito o hábito do chimarrão como bebida de amizade e fraternidade nesta nova pátria. E ao constatar da necessidade de adquirir o sal, pólvora, artigos domésticos ou vestuário (que só existiam alguns artigos), organizaram-se em caravanas de carretos de boi ou mulas e efetuaram as suas trocas em Rio Pardo, ocasião em que levaram dois dias para ir e mais dois dias para retornar, o que tornou esta rotina uma aventura considerando de que ainda existia a onça pintada e os bandos de javalis, etc…
Portanto deveremos agradecer aos nativos (bugres) de muitas tribos como: os Tupis-Guaranis (nação mais forte entre os nativos), os Carijós, Tupinambás, Kaykangs, etc…, o conhecimento da Erva Mate bem como o uso do fumo, mandioca, em que os Guaranis representaram os habitantes e tribos mais fortes dos indígenas e habitaram praticamente toda a costa brasileira!
E o uso da folha da Erva Mate (secada) colocados em porongos e sorvido com um canudo de taquara. A infusão, hábito que fora considerado na era colonial um hábito de pagão e foi combatido pelos espanhóis bem como pelos padres Jesuítas; somente mais tarde este hábito foi aceito e considerado uma alternativa para combater o alcoolismo crescente entre os nativos e assim o estigma contra o Mate fora dissipado!
Os portugueses entraram somente em contato com a Erva Mate no século XVII na ocasião da destruição das reduções de Guaiaca (pelos Bandeirantes). E os nativos aprisionados levaram para o lado brasileiro o hábito de tomar Mate. Também em 1755 o governador Gomes Freire de Andrade havia enviado Erva Mate para um oficial do Rio de Janeiro para aliviar dores nas suas pernas! Porém o extrativismo predatório dos ervais nativos perdurou na região em torno dos anos 1930 a 1940. Hoje o preparo consiste em várias etapas: 1ª a colheita, o carijó, o sapeco e a trituração já com pequenos galhos. Atualmente é cultivado em grande escala e representa para várias regiões, como Venâncio Aires, um produto econômico de base e o Mate representa ao lado do fumo um produto determinante dentro da economia, com toneladas astronômicas!
Hoje o hábito de tomar chimarrão abraça todo o Estado Gaúcho e além das fronteiras e representa o símbolo e escudo de fraternidade e amizade gaúcha!
Também este Ouro Verde fora a base econômica da pequena e importante cidade do porto de Rio Pardo e desde 1754 a qual cresceu com o regimento de Dragões em 1824, após mudou de nome para 5º Regimento de Cavalaria Siqueira; e em 1832 fora designado de 2º corpo de Cavalaria. Porém ao ser transferido para Bagé em 1834, ocasionou-se uma decadência política, econômica e social nesta pequena cidade de Rio Pardo em que as Escolas Militares e seus términos apressaram esta decadência, mas despertou a determinação da construção da estrada para cima da Serra e a colonização do Vale do Rio Pardo (Faxinal de São Pedro) com os 1º passos evolutivos da nossa região com a demarcação do 1º aglomerado de assentamentos (1849) com a demarcação da nossa cidade que hoje representa o polo convergente e divergente cultural e social, econômico do nosso Estado Gaúcho: a nossa importante Santa Cruz do Sul!
*Bacharel em Letras














