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A filosofia africana como solução

A morte de George Floyd, nos Estados Unidos, colocou mais uma vez em evidência a questão do racismo. De fato, a discriminação racial persiste na sociedade humana desde sempre. Mortes como a de Floyd, são recorrentes no Brasil. A discriminação está estabelecida sob diversos aspectos: um exemplo disso é a diferença de renda entre grupos étnicos em nosso país. O assunto possui uma profundidade muito significativa, atingindo aspectos altamente relevantes da cultura.

Em 2018, foi lançado o filme ‘Pantera Negra’, considerado um passo importante no que se refere à cultura de super-heróis, marcada historicamente por seu aspecto discriminatório. Estamos falando, neste caso, do recente ano de 2018 (vejam o tamanho do nosso atraso). Mas a análise deve ir além da cultura popular. A profundidade do problema é tal que atinge o campo do pensamento, da filosofia.

Em termos gerais, ao longo de muito tempo, os filósofos que estudamos nas nossas escolas e universidades, são europeus. Somente na década de 2000, o Brasil tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. A questão filosófica em si, ao longo da História, é grave. A filosofia europeia dominou o Ocidente, e torna-se essencial o trabalho de muitos estudiosos, que procuram resgatar a filosofia de outros continentes.

Nelson Mandela, ao unificar a África do Sul, utilizou a filosofia do Ubuntu para promover a sua política de integração. O Ubuntu, de origem africana, estabelece que todos estamos conectados, que tudo está conectado. É uma perspectiva muito interessante, construtiva, e ela ajuda a modificarmos o modo de pensamento eurocentrista, que, infelizmente, ainda nos prejudica. Estamos conectados, sejamos mais solidários.