A nova Lei das Diretrizes e Bases deve ser posta em ação de agora até o prazo de 2016… Já foi assim com a antiga lei que dizia que até 2007 todos os professores deveriam ter formação universitária e isso se estendeu até os municípios e estado ofertarem o ensino superior aos ex- normalistas ou de universidade formados em “curta” para que os mesmos pudessem ter oportunidade de estudar e ter seu diploma de mestre. Ainda hoje colegas estão estudando (estamos em 2013… e ainda não estão formados, porém continuam exercendo suas atividades), o que considero uma atitude altruísta, mas se fossemos levar a LDB ao pé da letra os mesmos estariam desabrigados, fora do mercado de trabalho (mesmo sendo concursados).
Agora dizem que as crianças de 4 anos devem estar presentes em sala de aula, devem ter oportunidades de exercer o direito à alfabetização em tempo hábil, etc, etc… Ah, faz-me-rir!! Não há professores (os profissionais estão debandando em massa, aceitando até cozinha de restaurante a dar aulas), as escolas estão defasadas, não há espaço físico nas edificações escolares, não há espaço educativo como salas de informática funcionando por falta de profissionais, não há sala de jogos lúdicos educativos, não há recursos humanos compatíveis com as exigências da LDB. Novamente cairemos no conto do vigário! O ano final (2016) se estenderá até 2020, podem crer!
E ainda assim estaremos esbarrando em múltiplos fatores que não condizem com o idealizado. A lei define piso básico para o professor e em nosso estado não é cumprido, define tempo para planejar aulas e não é cumprido, define recursos nas escolas que não são atendidos (para se conseguir um auxiliar de disciplina é um verdadeiro parto…). Então, esperar o quê? Que algum milagre aconteça? Desde que me conheço por gente (professora), tenho me deparado com essas inúmeras BOLAS QUE DEVEM SER ENGOLIDAS GOELA ABAIXO, porém os criadores das leis jamais puseram suas mãos num giz, jamais avaliaram aluno por aluno (como nossa mão, os 5 dedos são diferentes), jamais ouviram um desabafo e um professor insatisfeito em ser muitos profissionais num só recebendo os mais diversos tipos de alunos com problemas diferentes e com olhar atento e analista para cada um deles. Passaram pelas escolas sim, isso é certo, pois estão agora definindo regras. Mas Du-vi-do que tenham prestado atenção aos colegas e aos professores que tiveram. Aposto que nem mesmo os nomes das professoras lembram, imagino o dos colegas.
Se conselho fosse bom, ninguém daria! Pagaria por isso. Se as LEIS fossem adequadas, ninguém questionaria, apenas cumpriria caso tivesse os recursos. E teremos até 2016? Fica a pergunta aos pais que são os mais interessados… Quem pagará o preço de seu filho de 4 anos estar fora da escola? É bonito falar, discursar… Politicamente isso dá ibope. Na prática de quem vive é um tormento…
Os verdadeiros professores sentem-se de mãos amarradas ao ouvir uma notícia dessas quando estamos passando por tantas dificuldades na rotina escolar. É hora de implorar aos pais e comunidade que façam valer sua voz e vez, pois se deixarem aos encargos dos municípios e do Estado (mesmo da União), estaremos “violando” a lei, sem nenhum resultado benéfico a favor das famílias e das escolas. Desde já, deem-nos os recursos e as leis serão respeitadas e postas em prática!
*Professora da rede estadual e municipal de ensino – Email: [email protected]














