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A viabilidade de uma justiça social

Qual seria o sistema socioeconômico-político ideal? É uma pergunta difícil. Karl Marx entendia a evolução dos sistemas, do menos evoluído ao mais evoluído, da seguinte forma: 1) Escravocrata; 2) Feudalista; 3) Capitalista; 4) Socialista; 5) Comunista. O sistema comunista, proposto por Marx como ponto máximo do desenvolvimento, não chegou a ser atingido. A União Soviética é considerada uma experiência socialista, mas acabou por ser desmembrada no início da década de 90.

Dependendo do olhar de quem vê, as experiências vislumbradas na Escandinávia (Suécia e Noruega, por exemplo) poderiam ser consideradas socialistas. Porém, outro entendimento em relação aos escandinavos, define que se tratam de governos sociais-democratas – compreensão que pode ser estendida a outras regiões da Europa. O Brasil, entre 1985 e 2018, poderia ser encaixado na concepção social-democrata, em que o mercado e a participação do Estado, ambos, são fortes.

Na social-democracia, políticas são criadas pelo Estado para trazer justiça social dentro do capitalismo. Isto se distancia do comunismo de Karl Marx. Para o teórico alemão, deveria primeiramente ser implantado o socialismo (com os meios de produção entregues ao Estado) para, posteriormente, ser instaurado o comunismo (sociedade sem classes sociais, sem Estado, sem pátria). Enfim, o processo pretendido por Marx é bastante complicado de ser colocado em prática.

Se o comunismo de Marx é altamente difícil de ser posto em um cenário real, a social-democracia possui sim uma viabilidade. Em um momento como o atual, marcado pela crise do coronavírus, o ideário social-democrata mantém-se relevante, à medida em que políticas sociais do Estado são extremamente necessárias para aliviar o sofrimento econômico decorrente da pandemia.