Diante das tragédias que estamos vivendo, vem a pergunta: “O que vale a vida”? Assistindo alguns capítulos do julgamento do “caso Bernardo”, somos todos desafiados a nos perguntarmos: “Como é possível tamanho descaso com uma criança?”.
Diante das cenas dramáticas da escola em Suzano, em São Paulo, também capitulamos diante da estupidez humana, quando jovens entram numa escola e produzem uma chacina entre colegas, funcionários e professores. Diante de tudo isso, também a pergunta: “O que a escola ensinou ao longo do tempo, que gerou entre seus alunos o sentimento de ódio e morte?”.
Diante da tragédia em Brumadinho e tantas outras, a pergunta inevitável: “O que está acontecendo conosco?”. Lembro com saudade e emoção os tempos de infância e juventude, quando a vida corria solta, a gente brincando e curtindo a vida, solto, pescando, escalando montanhas e subindo em árvores, descobrindo o mundo.
Sim, lembro a infância e juventude dos filhos, também descobrindo o mundo, sem vigilância, subindo em árvores para apanhar bergamotas e goiabas, apenas voltando para casa quando já anoitecia. Hoje a vida é vigiada com câmeras e guardas e, mesmo assim, a cada esquina o risco de uma tragédia.
Que pena que seja assim! Que perdemos a chance de ser felizes e curtirmos a beleza da vida, soltando pandorgas e correndo atrás dos nossos sonhos.
Evoluímos, sim, condicionados atrás das grades e na frente das telas, assistindo nossas próprias tragédias, sem entender a razão de tudo isso. Só nos resta rezar e pedir perdão, porque somos todos responsáveis pelas tragédias.