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Greve pode ser interrompida hoje

EVERSON BOECK
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Após uma série de atos públicos e protestos em todo o estado durante a greve do magistério, o Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) realiza hoje, às 13h30min, na praça em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, uma assembleia que reunirá os 42 núcleos do sindicato e decidirá pela interrupção ou não da paralisação iniciada dia 21 de novembro.
Ontem, durante todo o dia, o 18° Núcleo do Cpers em Santa Cruz do Sul realizou uma vigília em frente a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), na Rua Ernesto Alves, 887. O objetivo da mobilização, segundo a diretora do Núcleo, Miriam Trindade, foi mostrar à coordenadoria a indignação da categoria em relação ao descumprimento por parte do governo do estado quanto a lei do Piso Salarial do Magistério e a proposta de reformulação do Ensino Médio.
Trindade ressalta que há exemplos de outros estados que também fizeram alterações no ensino. “O governo deveria se espelhar em outros estados que implementaram suas alterações – e que não eram tão drásticas – em escolas-modelo como uma forma de teste para ver se ia dar certo ou não. Em nosso estado, além da ‘proposta’ estar sendo imposta, querem colocá-la em todas as escolas de uma só vez sem uma discussão detalhada e sem flexibilidade alguma”, afirma.

GREVE PODE SER INTERROMPIDA

O rumo da paralisação dos professores da rede estadual de ensino no Rio Grande do Sul será definido na tarde de hoje às 13h30min, na praça em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, durante assembleia do Cpers.
A diretora do 18° Núcleo do Cpers, Miriam Trindade, acredita que a categoria vai deliberar pela interrupção da greve para retomada em março. “A possibilidade de suspensão da greve é muito grande, mesmo por que um dos principais objetivos da paralisação foi alcançado: conseguimos mostrar o quanto este governo é cruel impondo sua vontade sem discussão, ele diz que ouve e dialoga, mas não avança em nada. Agora a sociedade sabe que se esse novo Ensino Médio for implementado desta forma ele não vai dar certo e, então, toda a população vai poder abrir os jornais e comprovar que os professores se posicionaram fortemente contra. Não poderemos ser responsabilizados por isso. E, assim como a reformulação do Ensino Médio, a sociedade também sabe que os professores não estão pedindo aumento ou favor algum e sim o cumprimento de uma lei muito clara e legítima”, argumenta.
Na tarde de terça-feira, 29, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) enviou um documento ao Cpers/Sincato onde o secretário José Clovis Azevedo apresentava algumas proposições que seriam discutidas somente se a categoria deliberasse pelo fim da greve. Na quarta-feira, 30, Comando Estadual de Greve devolveu o documento ao Palácio Piratini, em Porto Alegre. O comando entende que o documento do governo não apresenta nenhuma proposta de negociação em relação às reivindicações da categoria, além de manifestar uma atitude autoritária e desrespeitosa para com os educadores.
 

CRÉDITO: ROLF STEINHAUS

18° Núcleo do Cpers fez vigília em frente a 6ª CRE durante a quinta-feira