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Máscaras: para salvar a vida e os negócios

Casal que perdeu quase todos os clientes descobriu demanda que salvou a empresa

Grasiel Grasel
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Leticia e Anderson chegaram a vender mais de 100 máscaras por dia – Rolf Steinhaus

Se durante a pandemia precisamos de máscaras, há de existir alguém que as confeccione. E foi assim que o casal Leticia e Anderson conseguiu salvar o negócio de itens e acessórios personalizados da família: vendendo máscaras na quarentena, produtos que nunca haviam produzido em seus quatro anos de mercado, mas que em questão de dias se tornaram o carro chefe da Mimos Baby.

Especializada na produção de decoração personalizada para festas infantis, com o início da pandemia da Covid-19 a empresa do casal viu seu principal nicho de negócios simplesmente acabar. “Logo no começo da quarentena ficamos com muito medo, a gente não tinha dinheiro nem para pagar o aluguel do prédio, não tinha perspectiva de nada, nosso ramo estava morto”, conta Leticia Da Silva Rodrigues, dona do ateliê.

Há menos de um ano, Leticia e o marido, Anderson Alez Eichherr, haviam realizado um investimento de mais de R$ 6 mil em novas máquinas para expandir sua produção. Ficaram de portas fechadas por 14 dias com o decreto municipal e, ao reabrirem, se depararam com uma grande queda no número de pedidos e o cancelamento de vários. Com isso, surgiu a ideia de unir o trabalho que a empresa já fazia com a demanda que surgiu com a pandemia: máscaras personalizadas.

As máscaras viraram carro chefe da empresa instantaneamente e, por vezes, mais de 100 eram vendidas diariamente, com pedidos sendo realizados tanto pelo público em geral como por empresas. “Até tive que contratar uma costureira pra me ajudar, porque a demanda estava muito grande”, conta. Segundo ela, somente agora quando o comércio retomou suas atividades que outros produtos voltaram a ter procura.

Como as festas infantis, que eram o principal nicho da Mimos Baby, ainda estão proibidas, o casal teve que se reinventar e aproveitar o maquinário que possuía para produzir outros produtos que não vendiam antes, como almofadas, camisetas e xícaras. Com isso, os dois vêm conseguindo manter as contas em dia e garantir uma renda legal para a família.

Leticia conta que as vendas têm sido quase 100% de forma online, com o espaço que alugaram para o ateliê servindo mais como um local para retirada de produtos e recepção de clientes. Ela e o marido haviam considerado a possibilidade de entregar o prédio de volta ao dono, mas ao conversarem com ele, conseguiram uma folga no aluguel que ajudou o casal a seguir trabalhando.

Para produzir as máscaras, o ateliê compra um tecido branco, que vai para uma impressora sublimática para aplicação das estampas e, para finalizar, passa por uma prensa a 200ºC que fixa a imagem. Depois, o produto é recortado e costurado no formato adequado, para então ser limpo e embalado com a utilização de produtos sanitizantes que garantem a segurança do cliente.

Na prática, o casal conseguiu se manter nos últimos meses só com a venda das máscaras, oferecendo opções personalizadas para crianças com estampas de todos os desenhos animados, jogos e brinquedos mais conhecidos. Para os jovens e adultos, as estampas mais procuradas são as de times, com estampas de sorrisos, frases e florais. Diversas empresas, inclusive, procuram o ateliê para confeccionar máscaras com a sua logo.

Assim como Leticia e Anderson, muitos santa-cruzenses tiveram que se adaptar para continuar na busca por seus sonhos, enquanto outros não tiveram a mesma sorte. O que resta não apenas para os dois, mas para todos neste período de pandemia, é continuar encontrando formas seguras de trabalhar e seguindo as recomendações de saúde pública.