Na atual fase que vivemos no Brasil e no mundo, sente-se a ausência de discursos políticos mais inclusivos e agregadores. Pelo que se pode perceber, há um tom de bastante agressividade que torna o cenário ainda mais explosivo, se levarmos em consideração que existe muita violência em nosso planeta. Se a violência já faz parte da realidade diária, um discurso agressivo piora a situação e estimula a desagregação social.
Dez anos atrás, Barack Obama assumia a presidência dos Estados Unidos e falava em esperança. É bem verdade que Obama precisou lidar com conflitos internacionais da maior gravidade, como as guerras do Iraque e do Afeganistão, que não surgiram no mandato dele. Quando a herança é maldita, infelizmente acaba-se sujando as mãos. Mas Obama, mesmo com as limitações de um cargo repleto de duras responsabilidades, mostrou uma postura bastante agregadora.
Recentemente, em maio, o agora ex-presidente Obama visitou o Brasil e, em sua palestra realizada em São Paulo, ele falou em valorização dos professores, na importância do investimento público em educação e na relevância do pensamento crítico, entre outros assuntos. Esse discurso comprova a mentalidade avançada de Obama em relação ao que se tem hoje nos principais cargos de países como Reino Unido e Estados Unidos, que lamentavelmente geram uma influência negativa para nós, da América do Sul.
A verdade é que estamos em um período de desorientação. O vício midiático dos tempos atuais nos retira uma possibilidade de reflexão, nos impede de percebermos o que é realmente essencial para as nossas vidas. Tomara que novas luzes sejam lançadas a este nosso difícil cenário, um tanto virulento e sombrio.