Início Saúde Mutirão mobiliza forças para evitar avanço da dengue em Santa Cruz

Mutirão mobiliza forças para evitar avanço da dengue em Santa Cruz

Ação serviu para conter o número, sendo que Santa Cruz registrou até ontem 224 casos, com 13 internados

Ana Souza
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Foto: Ana Souza

Além das preocupações que a pandemia do coronavírus vem trazendo, agora surgiu mais uma luta para Santa Cruz do Sul, o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Até o momento já foram registrados 224 casos e, 13 internados, justamente por este motivo é que no sábado, 10, foi montada uma verdadeira força-tarefa. A Prefeitura, através da Secretaria de Saúde (Sesa), segue com as ações de prevenção e realizou a ação com a participação de 170 pessoas, entre agentes de saúde, de endemias, servidores do Executivo, Exército, Guarda Municipal e Brigada Militar. A operação ocorreu das 8h às 17h, inclusive com recolhimento de entulhos, sendo 32 caminhões e cerca de 208 toneladas de lixo.

Por meio de duplas, os envolvidos foram de casa em casa com a vistoria de mais de 2,7 mil imóveis, entre terrenos, moradias e estabelecimentos comerciais. “As equipes seguiram os devidos protocolos de higiene e segurança, com distanciamento social, uso de máscaras e de álcool em gel e estavam devidamente identificadas. A partir do QG montado junto à escola Santa Cruz foram percorridos parte do Centro e diversas ruas dos bairros adjacentes, entre eles Arroio Grande, Pedreira, Senai, Bonfim e Ana Nery. O objetivo foi fazer um bloqueio da transmissão da doença e frear a proliferação de novos casos”, explicou o coordenador da Vigilância Sanitária, enfermeiro Tainã Bartel. Segundo o coordenador, no próximo sábado, 17, uma nova ação deverá ser realizada no Bairro Arroio Grande, que é o segundo com maior número de casos confirmados.

O Riovale Jornal acompanhou uma das duplas na caminhada. Antes de averiguarem o pátio das residências, os agentes de Saúde sempre questionavam se algum morador teve caso de Covid, então se exigia o termo de isolamento e, em seguida eram vistoriados os locais. Nas visitas aos imóveis foram realizadas as observações, visando detectar a existência de focos do mosquito. Os participantes do mutirão auxiliaram os moradores na limpeza e orientaram na eliminação de possíveis criadouros, focos e no recolhimento de entulhos, além de serem orientados sobre os cuidados necessários para evitar possíveis criadouros.
Duas moradoras do Centro falaram da importância da ação. Helga Linder explicou que sempre toma os devidos cuidados. “Minha residência já havia sido vistoriada anteriormente e sempre tive os devidos cuidados, com pátio limpo, sem água parada e os pratinhos das plantas perfurados. Temos que colaborar, um ajudando o outro”.

Também moradora da área central, onde existe o maior número de casos, Isabel Cristina Fagundes da Silva destacou que se todos colaborarem será evitado o aumento dos casos. “Que todos tenham os devidos cuidados. Aqui em casa estou sempre atenta, tenho minhas plantas, mas evito o acúmulo de água parada. As orientações que recebemos são essenciais para evitar que a dengue aumente”.

MORTE

Um dia após o mutirão, na tarde de domingo, 11, o Município registrou a primeira morte por dengue. A vítima, uma mulher de 54 anos, moradora do Bairro Pedreira, teve seu óbito registrado no dia 30 de março. Esse foi o primeiro caso em toda a história da doença em Santa Cruz do Sul e a confirmação veio através da Secretaria de Saúde, na última quinta-feira.

Em todo o ano de 2020 foram apenas quatro casos e, nos primeiros quatro meses deste ano, já se somam 224. O maior foco de contaminados foi registrado no Centro, com 55 registros, seguido pelo Arroio Grande, 41; Senai, 30 e Ana Nery, 25. Outros bairros de Santa Cruz também tiveram registros.

CUIDADO ESSENCIAL

Estamos entrando no outono e as temperaturas se tornam mais baixas. Devido a isso, as pessoas acreditam que os casos possam diminuir, o que até pode ocorrer, mas o Aedes aegypti está se tornando mais resistente, por isso é necessário manter os cuidados, caso contrário poderá haver um número ainda maior de casos. É preciso ter bastante atenção, pois os mosquitos se alimentam de néctar de flor e seiva de plantas, passando grande parte do seu ciclo de vida em meio à natureza, sendo seu período de atividade durante o dia, início da manhã ou final da tarde. A transmissão da dengue acontece através da fêmea do mosquito, que faz a busca por sangue para a maturação dos ovos e dessa forma transmite a doença.