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Santa Cruz do Sul poderá ter em breve uma Farmácia Solidária

Foto: Luiz Fernando Bertuol/Secom

Focada em ações que tenham na essência o cuidado com as pessoas, em primeiro lugar, a prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany, abriu as portas do Palacinho, nessa quinta-feira, 17, para conhecer um projeto que visa ampliar o acesso a medicamentos para quem mais precisa. A deputada estadual Fran Somensi (Republicanos), idealizadora do Farmácia Solidária, foi convidada pelo vereador Raul Fritsch, do mesmo partido, para apresentar o projeto ao Executivo.

A iniciativa consiste na doação de medicamentos por parte da comunidade, de consultórios médicos e até mesmo da indústria farmacêutica. Após passarem por uma triagem técnica, esses medicamentos, que poderiam acabar vencendo nas prateleiras ou mesmo descartados no lixo doméstico, podem ser repassados a famílias em situação de vulnerabilidade, mediante receita médica. No Estado já são 12 municípios que estão com suas farmácias abertas e outros 30 com leis aprovadas.

Em Farroupilha, berço do projeto, a Farmácia Solidária já beneficiou mais de 18 mil pessoas em cinco anos de trabalho, gerou mais de R$ 3 milhões em economia para os cofres públicos e fez com que mais de três toneladas de medicamentos deixassem de ir direto para o lixo, causando danos ambientais.“Hoje as pessoas costumam descartar no lixo de casa e isso não é o correto porque são produtos tóxicos, que contaminam o solo e a água”, observou a deputada.

Fran explica que o projeto é muito simples, que o investimento do poder público municipal é mínimo e que os resultados são significativos. Ela chama atenção para o sentimento de pertencimento, uma vez que toda a comunidade se envolve, e para a questão humanitária. “Tem pessoas morrendo por falta de tratamento. São pessoas que não têm condições de comprar a medicação prescrita, que chegam no balcão da farmácia e perguntam qual medicamento da lista é o mais importante porque não podem adquirir tudo. E nos consultórios médicos, muitas vezes são caixas e caixas perdendo a validade”, mencionou a deputada, que também é farmacêutica. “São ações que vão muito além da política e que dão dignidade à vida das pessoas”.

Como explica a secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke, que também participou do encontro, hoje o Município não pode acondicionar na rede pública medicamentos originados de doações porque a legislação não permite. “Não temos amparo legal, portanto não podemos disponibilizar na atenção básica, dentro das nossas farmácias. Uma vez legalizado, aí sim poderemos ter um local de referência para receber e repassar essas doações”, explicou.

Para o vereador Raul Fritsch, o projeto é valioso, ao contemplar três pilares. “Ambiental porque passaremos a dar um destino correto a medicamentos que hoje são descartados de forma incorreta; econômico porque vai representar menos gastos para a Prefeitura; e social porque vai ajudar quem tanto precisa. Muitas famílias colocam na balança e precisam decidir entre comprar um alimento ou um remédio acabam optando pelo alimento porque ele é necessário para a sobrevivência. É um projeto acima de tudo humanitário”, definiu..

Como a iniciativa do projeto precisa partir do Executivo, o vereador vai apresentá-lo como indicação aos colegas na próxima sessão. E se depender do aval da prefeita, a ideia vai adiante para se tornar lei. “Gostei muito, sempre disse que não seria uma prefeita de grandes obras porque minha maior preocupação é com a vida das pessoas. Projetos assim impactam de maneira muito forte na qualidade de vida dos cidadãos e é isso que verdadeiramente importa”.