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Uso de máscaras agora é facultativo

Foto: Lavignea Witt
Nova flexibilização sobre o protetor facial saiu em norma estadual na última quinta-feira, dia 28

O governo do Estado publicou, na quinta-feira, 28, decreto que tornou facultativo o uso de máscaras de prevenção contra a covid-19 em vias públicas e em espaços públicos ou privados, ao ar livre ou em ambientes fechados. Já o comprovante vacinal passou a ser obrigatório somente em localidades e eventos em que houver norma municipal que expressamente o determine.


A decisão foi do Gabinete de Crise do governo do Estado, sob o argumento da estabilidade dos indicadores de monitoramento da covid-19 no Rio Grande do Sul. Há sete semanas, não há necessidade de emitir avisos ou alertas no Sistema 3As. Porém, o uso de máscaras continua recomendado em casos específicos, como dentro de hospitais, serviços de saúde e farmácias (mesmo que em ambientes externos) e no transporte público.


A proteção facial também é recomendada para pessoas em contato com grupos vulneráveis para a covid-19 e em casos de situações de alto risco exemplificadas em nota técnica do Comitê Científico, como locais com grande número de pessoas sem esquema vacinal completo, contato a pessoas fora do convívio ou com comportamento de risco, quando houver sintomas respiratórios. O decreto também estabelece regras de transição entre o trabalho presencial e o teletrabalho nos órgãos públicos.

Fiocruz vê cenário favorável, mas ainda pede cautela

A nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nessa sexta-feira 29, aponta para a manutenção da tendência de queda dos três principais indicadores da situação: casos, internações e óbitos. Os cientistas responsáveis pela publicação, no entanto, alertam que a pandemia não acabou e os riscos continuam presentes. Eles recomendam uma combinação de medidas protetivas nas regiões com menor cobertura vacinal.


A publicação, que está disponível no portal da Fiocruz, traz dados referentes ao período de 10 a 23 deste mês. Nesse período, foi registrada a média de 14 mil casos diários no País, um decréscimo de 36% em relação às duas semanas anteriores, compreendidas entre 27 de março a 9 de abril. Também foram contabilizadas cerca de 100 mortes por dia, valor próximo aos verificados no início da primeira onda epidêmica, em abril de 2020. Na comparação com as duas semanas anteriores, houve uma queda de 43% no índice de mortalidade.
“Nenhum Estado apresentou tendência significativa de alta do número de casos e em grande parte deles houve queda na incidência de casos novos, como Amazonas, Roraima, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e Goiás. Somente dois Estados apresentaram tendência de alta de mortalidade: Amazonas e Paraíba. Outras unidades apresentaram redução dos índices de mortalidade, como Rondônia, Roraima, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal”, informa a Fiocruz.


Os pesquisadores defendem planejamentos de curto, médio e longo prazos, que passam pela capacitação das equipes de epidemiologia, pela introdução de estratégias de vigilância de síndromes respiratórias agudas graves (Srag) associadas à covid-19 e pelo reforço do monitoramento para a detecção e caracterização de novas variantes. O levantamento sobre a imunização mostra 83% da população do País vacinada com a primeira dose, 76,8% com o esquema vacinal completo e 40,4% com a dose de reforço, que também costuma ser designada como terceira dose.


No entanto, os cientistas observam profundas desigualdades regionais e estaduais. São Paulo se destaca com 89,8% da população imunizada com a primeira dose, 85,2% com a segunda e 50,6% com a terceira. Em outro extremo, há Estados como Amapá e Roraima, com menos de 65% para a primeira, 50% para a segunda e 12% para a terceira dose. Para os locais com baixa cobertura vacinal, recomenda-se a combinação de diversas medidas protetivas como o uso de máscaras em locais fechados e a adoção do passaporte vacinal em prédios públicos, transportes públicos e espaços de trabalho.


Os pesquisadores também pedem a promoção de campanhas de sensibilização da população sobre a necessidade da imunização de reforço. “Ainda é necessário ampliar a segunda dose e investir em grupos etários que tenham menor adesão à aplicação da vacina. Além disso, é fundamental reforçar a importância e a necessidade da terceira dose, que não pode ser vista apenas como uma dose extra”, alerta o boletim.


A publicação também reforça a importância da vacinação contra a influenza, ofertada nos postos de saúde. A primeira etapa da campanha de aplicação do imunizante, voltada para pessoas de 60 anos ou mais e para trabalhadores da saúde, teve início no dia 4 de abril. A segunda etapa, que começa na próxima terça-feira, 3, prevê o atendimento a indígenas, gestantes, crianças entre 6 meses e 5 anos, população privada de liberdade, professores e algumas outras categorias. (Agência Brasil)