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Vera Cruz 66 anos | Banda Municipal: 51 anos de tradição e renovação

Próxima apresentação será dia 18, na abertura da Feira da Produção – Fotos: Divulgação

Lucca Herzog
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A Banda municipal de Vera Cruz teve seu início em 1973, no dia 21 de junho, durante a Procissão de Corpus Christi. Nesse dia, músicos locais se reuniram para acompanhar os hinos entoados pela Igreja Católica, marcando o nascimento da banda. O grande incentivador para a criação da banda foi, na época, o vice-prefeito e músico fundador, Ivênio Mueller. A lei de criação, assinada pelo prefeito Guido Hoff, solidificou o compromisso da cidade com a promoção da cultura local e da música como parte integrante da identidade comunitária.

A experiência da formação do conjunto foi recentemente revivida, em 2024, durante a homenagem do cinquentenário da instituição, quando a Banda voltou a acompanhar a procissão que percorreu as ruas do Centro de Vera Cruz. Durante as celebrações, honrando a memória da instituição, uma das mais longevas do Estado, houve ainda a gravação do DVD ao vivo da Banda.

Ao longo dessas cinco décadas, quem desempenhou um papel crucial ao longo da história da banda foram as figuras dos regentes. Raimundo Franke, seguido por Arno Júlio Korn, foram personalidades fundamentais que moldaram o som e a identidade da banda. Sob a batuta de Carlos Oscar Procat, Vera Cruz continuou a trilhar seu caminho musical.

Hoje, o cargo de maestro é de Jandir Neis. Encarregado de manter viva a tradição, Neis reforça que, atualmente, o principal desafio é o da renovação. “Vera Cruz é hoje um celeiro desse formato de banda porque teve pessoas com essa visão de renovação, mantendo uma sucessão”, reforça.

Segundo o maestro, esse foi um dos critérios que ajudou a criar o conceito da banda escola, a fim de formar jovens aprendizes. Com 27 integrantes, Neis conta que hoje 70% dos músicos efetivados na Banda são jovens, com crianças de até 11 anos de idade.

Junto ao aspecto geracional, soma-se o caráter comunitário e voluntário do grupo. “Temos um projeto de interiorização”, revela o músico. “Há lugares no interior que não sabem que existe uma banda municipal. Atualmente, pensamos muito no lado social, para atingir as pessoas que não têm a cultura, ou as condições de comprar um instrumento, pagar um professor particular. Até para ter oportunidade de projetar os jovens no mercado da música. Queremos tornar Vera Cruz um centro, uma referência em formação de músicos, principalmente de sopro”.

Para Jandir Neis, os principais desafios são o de reforçar a metodologia e a ideia do estudo teórico aos jovens, antes de se engajar na prática, e também a necessidade de uma maior comunicação e divulgação do trabalho às famílias e ao público em geral.

Jovens músicos fazem parte da renovação da tradição

Como contribuições, Neis ressalta que sua experiência musical é o principal fator de influência para os novos músicos e para a nova fase da Banda. Iniciado como trompetista aos 14 anos de idade, o primeiro contato do regente com o conjunto foi em 1999, quando foi convidado a participar como músico. Após idas e vindas por todo o Brasil, em 2020 retornou à Banda. Neste período, participou ativamente como instrutor e regente em escolas, como a Guilherme Hildebrand, Cardeal Leme e Rio Branco, a fim de estimular e descobrir novos talentos, além de motivar os jovens a participar do conjunto.

Segundo Jandir Neis, a banda oferece hoje, semanalmente, aulas de teoria musical e solfejo, que ajudam a preparar e incluir jovens no ambiente da música instrumental orquestrada. As aulas são ministradas por meio da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Vera Cruz. Neis reforça que o próximo compromisso da Banda Municipal será no dia 18, na abertura da Feira da Produção.

Jandir Neis comanda a nova fase Banda