Guilherme Athayde
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Um homem classificado como criminoso de alta periculosidade foi sacado das ruas na última quinta-feira, 31, quando a Brigada Militar prendeu Valdemar Miguel Lenz, vulgo “Kena”, de 59 anos, em uma residência da Rua Guilherme Kuhn, no bairro Belvedere em Santa Cruz do Sul.
Segundo o Capitão da Brigada Militar, Cristiano Marconatto, do Setor de Inteligência do Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP), o homem preso com oito espingardas e uma pistola de pressão seria o armeiro da quadrilha de José Carlos dos Santos, o Seco, quadrilheiro preso em 2006, que ficou conhecido por liderar uma série de ataques a carros-fortes no Estado.
Segundo o Capitão Rafael Menezes, da 2ª Companhia da BM, que efetuou a prisão, o homem alegou ser apenas um profissional que realizava a manutenção das armas para pessoas conhecidas, mas, segundo a polícia, ele não tem registro da profissão. As armas estavam escondidas em diferentes locais da casa. A polícia chegou até a residência após um chamado ao 190, em virtude de uma briga entre Lenz e seu filho.
A atividade do homem preso seria cuidar da manutenção de armas que pudessem ser utilizadas por criminosos. A polícia acredita que ele ainda realizava a ação junto a quadrilhas que agem na região, segundo Marconatto.
“Essa pessoa já tinha envolvimento com a criminalidade organizada, inclusive conhecido na região como tendo sido o armeiro, a pessoa que consertava, que limpava, que arrumava, que adulterava as armas da quadrilha do Seco. Inclusive em 2003 ele foi preso em razão desse envolvimento na época, e agora, surpreendentemente ele foi preso novamente, desta vez com oito armas de fogo na casa dele, algumas já adulterada para que se pudesse utilizar um calibre mais potente. Isso nos leva a crer que essas armas seriam usadas no cometimento de crimes aqui na região ”.
O oficial da BM explica que o arsenal apreendido se caracteriza por armas utilizadas em crimes patrimoniais violentos como roubos, roubo a pedestre, roubo a estabelecimento comercial e assalto a residências na área rural. A retirada de circulação desse tipo de armamento pode contribuir com a diminuição desse tipo de prática criminosa, segundo a Brigada.
“Nesse tipo de crime é peculiar o uso de armas longas, armas que guardam características desse tipo de armamento apreendido, então, evidentemente essa prisão vai surtir efeito, vai ter uma movimentação no mundo do crime”.
O capitão Marconatto ressalta que o trabalho de Kena era específico e muito requisitado no mundo do crime. Os indícios apurados até então são que o criminoso, apesar da relação com o quadrilheiro Seco, que está preso, seguia na ativa. “Se em anos passados ele já tinha o conhecimento para usar na quadrilha do Seco, até ontem, evidentemente, ele deveria estar trabalhando para a criminalidade, a gente não sabe ainda qual a criminalidade, isso depende da investigação que vai ser levada pela Polícia Civil, mas até ontem, sem dúvida ele estava na ativa, alcançando o conhecimento dele para a prática criminosa”.
A BM classifica a prisão de Valdemar Lenz como uma das mais expressivas dos últimos tempos. A apreensão de oito armas também é destacada como uma das maiores na Região. O preso será enquadrado inicialmente no crime de posse irregular de arma de fogo permitido, mas caso a perícia confirme a adulteração nos armamentos, Lenz, que segundo a BM possui extensa ficha criminal no tocante a porte ilegal de armas, pode ser acusado por posse irregular de arma de fogo de uso restrito, o que aumentaria sua punição na cadeia.
Segundo o delegado Regional Luciano Menezes, a polícia civil ainda não reconhece Valdemar Lenz como o quadrilheiro que fez parte do grupo de José Carlos dos Santos. Menezes investigou os crimes de Seco desde suas primeiras ações no Vale do Rio Pardo.














