As partes seguirão apoiando e participando na medida em que considerem ser essa sua melhor opção, obviamente por critérios distintos, de acordo com seus interesses. Grau de satisfação, taxa de retorno (ou alguma medida equivalente), impacto socioambiental, nível de risco, perspectivas de longo prazo e afinidade com a missão e os valores da empresa são alguns dos critérios considerados para essa avaliação.
Uma estratégia sustentável é aquela que leva em consideração as necessidades e interesses de todos os stakeholders e é capaz de garantir os resultados previamente acordados (ou desejados) pelas partes.
Para que isso aconteça, todas as atividades da empresa precisam estar alinhadas com a estratégia e oferecendo resultados parciais capazes de construir o resultado global.
Pensar de forma sustentável garante a perenidade da empresa por meio do equilíbrio da satisfação dos stakeholders, ponderada por sua relevância.
Não consigo pensar em nenhum outro conceito mais estratégico do que esse para a gestão de uma organização.
Mas a perenidade é uma coisa que demora muito, os acionistas querem mais dividendos, os investidores desejam que as ações aumentem de valor e os executivos não pretendem abrir mão de seus bônus de final de ano (ou de trimestre, nos casos mais graves).
Então, a sustentabilidade se transforma em um lindo discurso sobre responsabilidade para o “Balanço Social” e, dentro de casa (nas empresas), ser sustentável passa a significar reduzir ainda mais os custos para ser competitivo – na prática, aumentar os dividendos, o que beneficia apenas um dos stakeholders.
O resultado da somatória dessas distorções é a gradativa deterioração das organizações. Ou, como diria minha avó portuguesa, “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”.
Na ânsia de obter resultados de curto prazo os acionistas e investidores estão se comportando como o protagonista da fábula de Esopo: “A galinha dos ovos de ouro”, querendo colher todos os ovos de uma vez. Essa certamente não é uma realidade sustentável.
*Reconhecido por sua criatividade aplicada ao desenvolvimento de negócios e como um dos primeiros “cool hunter” da América Latina. Atualmente é sócio da UNIT34 – Decisões Estratégicas (www.unit34.com.br)














