É sempre um desafio observar a nós mesmos, mais ainda é orientar as pessoas a analisarem a si próprias. Ninguém quer olhar pra si, pois é mais confortável olhar a dor, imperfeição, sucesso e o fracasso do outro.
Partindo dessa premissa, hoje somos uma sociedade que perdeu muito da própria identidade, pois não olha para si mesma, para o seu “EU” interior, e alguns nem sabem que ele existe. Sem a consciência deste “EU” interior, a pessoa molda sua personalidade baseada em modelos definidos por novela, celebridade, moda, entre outros, sejam bons, ou ruins. Referências externas são excelentes, desde que analisadas em alinhamento com a nossa essência, senão somos o outro, vivendo no nosso corpo, e não, nós mesmos. O não entendimento da necessidade desse alinhamento acaba moldando uma personalidade descaracterizada e falsa, uma verdadeira colcha de retalhos de comportamentos e crenças, uma ilusão de si mesmo.
Na minha visão, o grande desafio do ser humano é voltar a ser ele mesmo, e estar compatível com a sua essência individual, pois não existe uma pessoa igual à outra, somos seres únicos. E ser único faz com que cada um saiba o que precisa para ser feliz, então, para atingirmos a chamada felicidade, temos que acessar esse EU, e alinhá-lo com a nossa personalidade.
A sensação de felicidade não existe em termos materiais, é uma conjunção de fatores determinados por nossas emoções, crenças, valores e forma de pensar, que por sua vez determinam a nossa visão do mundo, das pessoas que estão nele, e da percepção que temos dos fatos da vida cotidiana. Essa percepção pode ter variáveis de pessoa para pessoa, em relação a um mesmo fato.
Por exemplo, um mesmo atropelamento visto por duas pessoas, pode ter interpretações bem distintas. Uma pode interpretar que o pedestre estava errado, se ela ou alguém conhecido já atropelou alguém. A outra pode interpretar que o pedestre estava certo, caso já tenha sido atropelada. É um exemplo simples, mas que mostra que tendemos a nos identificar com imagens de referência, seja de pessoas ou situações. Então para sermos nós mesmos, e viver baseado no nosso “EU” segue algumas dicas:
-Autoconhecimento – Descubra o maravilhoso ser imperfeito que você é, pois este é o melhor ponto de partida;
-Evolução contínua – Use este conhecimento como base do seu processo de aprimoramento, e melhore a cada dia;
-Individualidade – Somos seres incomparáveis, o que é bom para o outro, pode não ser pra você;
-Tempo Certo – Seja disciplinado e persistente, mas lembre-se que cada um tem o seu próprio ritmo de vida;
-Influências – Não se obrigue a ser o que não é, pessoas são possibilidades de aperfeiçoamento, não é você;
-Aceitação – Tenha seus próprios sonhos, valores e escolhas, que terá um lugar verdadeiro e acolhedor no mundo;
-Humildade – Busque ajuda profissional porque sozinhos podemos entrar num círculo vicioso.
Não quero com essas dicas dar receitas mágicas, mas ajudar numa reflexão sobre o que é despertar para uma vida mais verdadeira e plena.
Alguns anos atrás me deparei com a seguinte frase sobre mim mesmo: “Eu sou alguém, mas não sou Eu.” Se você se identifica com esta frase, siga as dicas acima, e será um bom começo para ser você, e como consequência transformar a sua vida. Se não se identifica, verifique de qualquer forma as dicas, pois já podem fazer parte dos seus pensamentos. Se já fizer, como diz a nova física, para um pensamento se manifestar para a realidade, é só uma questão de tempo. Se não se identifica, nem tem pensado sobre isso, de qualquer forma reflita sobre essas dicas, para que preventivamente não entre nessa crise existencial.
Ser feliz é uma sensação de paz, pertencimento e alegria, consequência do alinhamento da alma com a personalidade, é quando podemos dizer: “Eu sou EU.”
*Life coaching do Núcleo Pluri