Eventualmente , quando não tenho nada mais prazeroso a fazer (como ler, cozinhar, cuidar do jardim ou assistir um filme), passo a mão no controle remoto da TV, e para minha alegria ainda consigo assistir alguns programas (por mais bizarros que sejam), uma entrevista ou programa de auditório que me acrescentem algo de cultura ou que reafirmem minhas opiniões. Assisti, por acaso dia desses, o programa Cidade Alerta, em que o apresentador me parece um pouco melodramático, mas entre suas denúncias e comentários ouvi algo muito enaltecedor: A salvação para o mundo é a família – um só núcleo, uma só célula capaz de reverter a situação caótica da sociedade.
Dizia ele que mesmo um casal separado, o que é muito normal nos dias atuais, deve ter o discernimento entre ser um par de amigos por obrigações ou conveniência, ou ser um par de inimigos para ser uma parceria responsável pela vida de outrem. Mesmo não morando na mesma casa, devem ter uma série de combinações para educar o rebento que não pediu para vir ao mundo: veio por amor (na época), ou por descuido, mas ainda assim devem ser responsáveis pela educação e subsistência do mesmo. Dizia também da importância do diálogo entre as crianças e adolescentes para que os mesmos não se percam na marginalidade.
Foi além: falava da época em que era estudante e que os alunos levantam-se para receber o mestre na sala de aula (quando hoje se pede silêncio, se implora atenção e quase nada resolve para chamar a atenção dos pupilos). O mesmo assunto já abordei muitas vezes, infelizmente os mais necessitados de informações não leem jornais, acham que é dinheiro posto fora fazer uma assinatura de jornal, preferem uma TV a cabo ou qualquer outro item que consideram mais importantes para suas casas.
Infelizmente o jornal só chega aos lares de pessoas que buscam cultura. Aos desafortunados a escolha são as novelas e os programas de distração (leia-se “papagaiada”), que em nada lhes contribui para o crescimento intelectual. Ah, e tem mais, ler a coluna Artigos ou Opinião, “é muito demorado”, requer tempo e dedicação à análise do assunto… Mal sabem o quanto seria educativo aos filhos ler, ler qualquer coisa, melhor que fosse um artigo para torná-los formadores de caráter e opinião próprios.
Pode até ser que, por um acaso, encontrem algum programa (como eu), que os façam rever conceitos e atitudes, apesar de ainda duvidar, uma vez que os programas de alienação ainda são os preferidos dos alienados. Lamento muito! A maior herança para nossos filhos é a educação, e esta encontramos em locais restritos: lar, escola e jornais e rádio. O rádio é um grande veículo de informação, porém nem todos podem estar ligados por conta do período de trabalho, o que dificulta o acesso à informação, já o jornal pode ser lido mesmo que atrasado, o conteúdo escrito permanece intacto! O resto é um achado, como o meu de hoje!
*Professora das redes municipal e estadual de ensino – E-mail: [email protected]














