O desafio está lançado. Como em todos os semestres, centenas de novos alunos do curso de Comunicação Social, preparam-se para iniciar seus estudos nas habilitações em Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas ou Radialismo, numa das faculdades do Rio Grande do Sul. Mas valerá mesmo o esforço de vários anos de preparação e investimento financeiro num, dos mercados mais limitados atualmente e de pouca atração em termos de remuneração?
Se estas dificuldades não são exclusivas dos futuros comunicadores, que alguns veteranos classificam pejorativamente de “comunicólogos”, cabe aos estudantes encarar objetivamente suas reais pretensões e dedicar-se com afinco ao estudo e à participação acadêmica. Magia ou fórmulas prontas não existem. Em alguns casos, a sorte ajuda.
Como antigo profissional da imprensa, pude conviver com excelentes colegas e realizar alguns trabalhos gratificantes. Depois, como professor por mais de 20 anos, pude acompanhar a trajetória exitosa de alguns antigos alunos que se destacaram na imprensa nacional e internacional. Alguns desses ex-alunos se projetariam inclusive no cenário do exterior, entre outros, como os gaúchos Roberto Kovalik, Patrícia Poeta ou Alexandre Garcia na Globo, além de Carlos Henrique Schroeder, atual diretor da TV-Globo. Com este último, relembro seu início em Porto Alegre, ao trabalharmos juntos na Assessoria de Comunicação Social da Secretaria da Educação do Estado. Kovalik, então aluno da Unisinos, onde lecionei, por seu entusiasmo e competência, não tardaria em alçar uma brilhante trajetória internacional.
Se são casos isolados, tamanha perspectiva não deixa de aguçar o desejo de muitos jovens de abraçar uma carreira tão fascinante e também cheia de armadilhas.
Mas, para chegar lá ou simplesmente dedicar-se a um jornal de bairro, também com seus encantos, a leitura, a atualização de conhecimentos, a vontade de vencer e até a ousadia podem sinalizar esses caminhos. Sem esquecer suas próprias limitações.
“Não esperem pelo diploma. Se vocês querem ser realmente jornalistas, aproximem-se desde já daqueles que estão na profissão”, parece-me ainda ouvir Ernesto Correa, então diretor do Diário de Notícias e meu professor no primeiro dia de aula na UFRGS. Algum tempo após essa preleção, cobrei-lhe seu ensinamento, entregando-lhe uma matéria assinada, publicada alguns dias depois em seu jornal. Foi meu começo…
* Jornalista














