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Dia Mundial do Refugiado

A vocês todos em busca da paz,
PAZ!

Um dos graves problemas de nosso tempo é este dos refugiados, que não encontrando mais segurança no lugar em que vivem, são obrigados a deixarem casa, trabalho e pátria para procurarem um lugar onde seja possível viver.
Segundo relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, em 20 de junho de 2013, Dia Mundial do Refugiado, o número de refugiados cresceu, atingindo a cifra de 45 milhões de vítimas, sendo 15,4 milhões de refugiados, 937 mil solicitando asilo e 28,8 milhões de pessoa obrigadas a mudar de domicilio em seu próprio país, o que corresponde a um novo refugiado a cada quatro segundos. Este número, restrito ao ano de 2012 (não incluindo, portanto, os refugiados sírios de 2013!), é o maior registrado desde 1994, ano do genocídio em Ruanda e de grave crise nos Balcans, provocada pela dissolução da Iugoslávia.
Este aumento está relacionado, sobretudo, com a guerra civil na Síria, que, desde março de 2011, causou a morte de 93 mil pessoas e produziu 3,5 milhões de sírios refugiados no exterior e mais de 6 milhões deslocados internamente. As crises no Mali e na República Democrática do Congo também influenciaram, assim como a instabilidade politica em países como Afeganistão, Iraque, Somália e Sudão. Mais da metade dos refugiados recenseados provem de países em guerra. Cerca de 46% dos refugiados são menores de 18 anos, sendo que 21.300, não-acompanhados ou separados de seus pais, solicitaram asilo.
O Afeganistão, como nos últimos 32 anos, continua no topo da lista dos países que geram refugiados (2.865.600 !): em cada quatro refugiados, um é afegão ; sendo que 95% destes moram no Paquistão ou no Irã. Seguem Somália (1.136.100), Iraque (746.700) e Síria (471.400). Entre os países que abrigam refugiados, destacaram-se, em 2012, Paquistão (1,6 milhões), Irã (868.200), Alemanha (589.700) e Quênia (564.900).
O drama dos refugiados constitui uma grave ameaça à paz mundial. Já em 1963, através da encíclica “Pacem in Terris” o Papa João XXIII denunciava os sistemas políticos que “restringem em demasiado os limites de uma justa liberdade que permita aos cidadãos respirar um clima humano” (n° 104). Ele proclamava também que “os refugiados políticos são pessoas e que se lhes devem reconhecer os direitos de pessoa; tais direitos não desaparecem com o fato de terem eles perdido a cidadania do seu país” (n° 105). Ele reconhece como “um direito inerente à pessoa” a faculdade de se inserir “na comunidade política, onde espera ser-lhe mais fácil reconstruir um futuro para si e para a própria família”, ao mesmo tempo em que aconselha os governos a acolher os refugiados e de lhes favorecer a integração na nova sociedade em que manifestem o propósito de inserir-se (n° 106).
Nesta intenção, rezemos assim:
Ó Pai, teu filho Jesus foi refugiado no Egito, para fugir da espada de Herodes. Da mesma forma que O protegeste, envia teus anjos para proteger os refugiados do nosso tempo. Sustenta todas as pessoas e instituições que trabalham em prol desta causa. Ilumina os governos do mundo para que sejam sensíveis ao drama destes nossos irmãos. Por Cristo, nosso Senhor! Amém!

* Monge beneditino da Abadia Nossa Senhora, Tournay, França