Everson Boeck
everson@riovalejornal
Além de ressaltar a importância da agricultura familiar para o estado e o país e apontar as principais demandas do setor, a Expoagro Afubra 2014 também viabilizou a assinatura de dois importantes convênios para a região. Uma delas da renovação do Programa Milho & Feijão Após a Colheita do Tabaco. Esta ocorreu ao final da cerimônia de abertura da feira, na terça-feira pela manhã. À tarde, na Reitoria da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a instituição e a Prefeitura Municipal de Rio Pardo assinaram o convênio que libera R$ 2,5 milhões para a construção do primeiro prédio do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Vale do Rio Pardo, que terá sua localização na área do complexo externo do Parque Científico e Tecnológico da Unisc (TecnoUnisc) no Parque da Expoagro Afubra.
Milho e Feijão
Com a presença de diversas lideranças e autoridades, a renovação traz uma novidade: o programa passará a ser desenvolvido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), ampliando a cobertura da iniciativa e abrangendo os 83 mil produtores de tabaco gaúchos. Segundo Iro Schünke, presidente da entidade, a indústria tem incentivado a diversificação há muitos anos. “Desde a década de 70 já incentivávamos o reflorestamento como forma de complemente de renda. Para a indústria um bom produtor é o diversificado. O tabaco vai continuar, por muitos anos, sendo a principal fonte de renda na agricultura familiar. Nosso incentivo à diversificação com o plantio de milho e feijão vem no sentido de aproveitar a adubação, preservar o solo, contribuir para a segurança alimentar das famílias produtoras e agregar renda. Estamos confiantes que este trabalho será ainda maior com o apoio das nossas empresas associadas e de suas equipes de campo que atualmente formam um contingente de 1,4 mil profissionais em toda a Região Sul do País”, afirmou.
O Programa Milho e Feijão Após a Colheita do Tabaco conta com a parceria do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Superintendência Federal de Agricultura no RS, da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande de Sul (Farsul), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) e da Associação dos Fumicultores do Brasil, entidade anfitriã da Expoagro Afubra.
Em atividade desde 1985, o programa tem a expectativa de envolver os 160 mil produtores da Região Sul, incentivando-os no plantio de culturas alternativas com o aproveitamento da adubação residual da lavoura de tabaco. Além da estrutura de campo das empresas associadas ao SindiTabaco, técnicos das entidades parceiras também irão atuar na divulgação das vantagens do plantio da safrinha. Em Santa Catarina e no Paraná, a assinatura do convênio ocorreu no início de março.
Relação com o tabaco e a COP 6
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, afirmou em seu pronunciamento, que as políticas públicas voltadas à saúde estão sendo utilizadas para mascarar interesses econômicos de outros países produtores. “Atualmente há uma forte campanha mundial contra o tabaco. Ela está sendo encabeçada pelos mesmos países que se destacam na produção de tabaco, pois eles têm interesse em estabelecer no cenário global uma concorrência desleal”, explicou. “Estou associado por dezenas de projetos e trabalhos comuns com todos os prefeitos, de todos os partidos, independente de sua orientação política, para trabalhar pelo RS. Estamos trabalhando por uma agregação de mais renda, para aproveitar a adubação, aproveitar a propriedade, através do milho e do feijão, aumentando a renda, para que os agricultores não estejam submetidos a estas conjunturas internacionais”, garantiu Tarso.
Produção de tabaco no Rio Grande do Sul (safra 2012/13)
268 municípios produtores
83 mil produtores
332 mil pessoas no meio rural
171 mil hectares plantados
354 mil toneladas de tabaco produzidas
R$ 2,7 bilhões de receita aos produtores
US$ 2,34 bilhões em exportações em 2013
9,3% participação do tabaco no total das exportações gaúchas em 2013
Fontes: Afubra, MDIC/SECEX e PriceWaterhouseCoopers
Lula Helfe/Afubra
Assinatura da renovação do Programa Milho & Feijão Após a Colheita do Tabaco
Convênio para implantação do CVT é assinado na Unisc
Na tarde desta terça-feira, 25 de março, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e a Prefeitura de Rio Pardo assinaram o convênio que libera R$ 2,5 milhões para a construção do primeiro prédio do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Vale do Rio Pardo, que terá sua localização na área do complexo externo do Parque Científico e Tecnológico da Unisc (TecnoUnisc). O recurso é proveniente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sendo o município de Rio Pardo o proponente e a Unisc a interveniente.
O documento foi assinado na sala 2535, no prédio da Reitoria da Unisc, pela reitora Carmen Lúcia de Lima Helfer; pelo prefeito de Rio Pardo, Fernando Schwanke; pelo presidente da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc) e diretor geral do Hospital Santa Cruz (HSC), Vilmar Thomé; e pela presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede/VRP), Mariza Christoff. “Com o CVT, estaremos instaurando um novo tempo de extensão universitária. É um grande empreendimento que vai beneficiar a nossa região”, destacou a reitora da Unisc.
Para Schwanke, o momento é histórico. “Acredito que a universidade tem muito a dar para o nosso município. O CVT será a ligação efetiva da academia com as empresas difusoras da tecnologia”, salientou o prefeito de Rio Pardo. Segundo Mariza, que acompanhou o projeto desde a sua criação e propôs a área para a instalação do CVT, a região do Vale do Rio Pardo está dando um importante passo. “Sempre achei que o TecnoUnisc tinha que ter algo fora dos muros da universidade”, disse. Nesta quarta-feira, o documento assinado será entregue por Thomé ao ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, em Brasília.
Sobre o CVT
O CVT tem por objetivo promover a difusão e a extensão tecnológica das pesquisas originadas pelo TecnoUnisc por meio de cursos e capacitações, que deverão gerar um grande processo de diversificação agrícola e industrial regional, com foco na biotecnologia e oleoquímica. O empreendimento contará com salas de aula, laboratório de ensino, laboratório de informática, auditório, sala para gestão e restaurante.
Everson Boeck
Vilmar Thomé, Carmen Lúcia Helfer, Fernando Schwanke e Mariza Christoff
realizando assinatura do convênio