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Música | Fim de semana para reverenciar o rock’n’roll

Santa Cruz do Sul terá festivais amanhã e no domingo para comemorar o Dia Mundial do gênero

Divulgação/Treta Rock Show

Guilherme Athayde
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Nascido nos Estados Unidos entre as décadas de 1940 e 1950 sob forte influência de ritmos afro-americanos como rhytm and blues e o jazz, com contribuição de gêneros rurais como o country e o folk, o rock’n’roll está mais vivo do que nunca. Prova disso são os dois eventos que ocorrem em Santa Cruz do Sul neste final de semana, para celebrar a passagem do Dia Mundial do Rock, que é neste domingo. Organizados pelo Treta Rock Show (@tretarock), os eventos ocorrem no HBier  Pub, na Borges de Medeiros, 222, no Centro.

Amanhã acontece o 2º Dia do Rock, com seis bandas locais: CrazyHeat, CBGB’S, Ramal 314, In Violence, Toma e Bruxa do 71. No domingo, o espaço será ocupado por grupos independentes no circuito Amplifica Rock, com premiação para as três melhores. Estão confirmados: Jaws, PocketMirror, Insonia, Quazzar, Valente Da Slva, Cherry & Band, Intravenosa, Mari And The Boys, Botuca e DidYouSee. Avalanche e Side B farão os shows de encerramento. Os eventos ocorrem das 14 às 22 horas nos dois dias.

Amanda Risso, do Coletivo Treta Rock Show, destaca que, além de muito rock, o público pode levar sua solidariedade. Não haverá cobrança de ingresso, mas quem comparecer pode contribuir com a campanha de arrecadação de agasalhos, que serão destinada a Associação de Assistência a Pacientes Oncológicos e Transplantados de Santa Cruz do Sul (AAPOT).

“Escolhemos com carinho uma programação com oito bandas locais, que tocam diferentes estilos de rock. Além disso, teremos o circuito de bandas, que vai possibilitar dez bandas autorais da região a mostrarem seu som próprio e consagrar três vencedoras. É uma oportunidade de mostrar que a cidade respira rock e tem espaço para todos os estilos”, define Amanda.

Rock influenciou a vida das pessoas

Divulgação/Instagram/Maria do Relento

Kako Kanídia, baixista da banda Maria do Relento, que ganhou o Brasil na década de 1990 com hits como “Conhece o Mário?”, “Ritmo de Festa” e “O Vagabundo”, e comemora 30 anos em 2025, destaca que, atualmente, com a era das plataformas de música pela internet, como o Spotify, as rádios perderam espaço no lançamento de novas bandas. Os grupos de rock que traçaram seu caminho nas décadas passadas continuam em evidência.

“Quem plantou naquela época, colhe um pouco hoje, para ver como o plantio é demorado, e quem é novo vai colher daqui um bom tempo”, reflete o músico, que neste Dia Mundial do Rock se apresenta em Blumenau com a Maria do Relento. A lembrança da data é positiva por continuar gerando festas e eventos para as bandas do gênero, como as que ocorrem em Santa Cruz no fim de semana. 

“Pra nós, que fazemos o rock, acho importante que tenha essa lembrança, embora não seja feriado (risos). Acho importante saber que esse movimento influenciou a vida das pessoas, principalmente no passado. Essa influência é lembrada através de um dia, que pra nós é importante, geralmente gera shows, interesse dos lugares em fazer rock, o que é muito legal”, observa o baixista.

Segundo Douglas Top Gun, vocalista da Avalanche, o rock mantém o poder de influenciar a vida das pessoas e a internet, com o YouTube e o Spotify, serve como estímulo para o aparecimento de novas bandas. “O público amadureceu com a música. Ainda existe aquela molecada formando banda, menos que antes, infelizmente. Antes era legal ser rockeiro, hoje é algo mais de resistência, mesmo com as mídias que facilitam a busca por bandas e discografias. A cultura pop acabou por deixar o rock de lado, mas, no final, quem vai sobreviver são os rockeiros e as baratas”, brinca.

Rafael Koehler, o “Finha”, professor e organizador da Orquestra de Violões de Santa Cruz do Sul, frisa que rock ainda é porta de entrada para novos praticantes da música. “Acho que o Dia do Rock é importante para as pessoas entenderem a importância desse estilo musical. Desde que surgiu, praticamente dominou a cena musical. Hoje que está começando a perder um pouco de força. Mas é um estilo muito forte, que tem muitos fãs e muita gente acaba estudando um instrumento para tocar as músicas de rock que gosta. O rock é uma ponte para os jovens conhecerem instrumentos e outros estilos”, observa.

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