
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi tomada após o descumprimento de restrições impostas no âmbito de investigações que apuram tentativa de desestabilização institucional. Segundo Moraes, Bolsonaro teria se comunicado com apoiadores por meio de vídeos divulgados nas redes sociais, o que violaria a proibição de manifestações públicas e configuraria tentativa de obstrução da Justiça.
Com a decisão, Bolsonaro deve permanecer em sua residência, sem acesso a redes sociais ou aparelhos eletrônicos, e está proibido de receber visitas, exceto advogados e pessoas previamente autorizadas. A ordem também reforça outras medidas cautelares já em vigor, como a proibição de contato com investigados e autoridades estrangeiras. Moraes justificou a prisão domiciliar alegando que o ex-presidente agiu de forma deliberada para incitar seus seguidores contra o Judiciário, mesmo após alertas anteriores.
Moraes também determinou a realização de busca e apreensão da Polícia Federal na casa do ex-presidente, em Brasília. A medida foi determinada após o descumprimento da medida cautelar que impedia o ex-presidente de usar as redes sociais de terceiros. Domingo, 3, durante os atos de apoio realizados em todo o país, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou um vídeo em suas redes sociais com a manifestação do seu pai. “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, disse Jair Bolsonaro.
“Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio, ostensivo, à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”, escreveu Moraes em seu despacho.

Manifestação de apoiadores
No domingo, 3, o movimento Reage Brasil promoveu manifestações em diversas cidades do país, inclusive Santa Cruz do Sul, onde centenas de pessoas se reuniram na Praça da Bandeira. Vestidos com camisetas verde e amarelo e portando bandeiras nacionais, os manifestantes defenderam pautas como liberdade de expressão, combate à corrupção e respeito à Constituição. O ato, marcado por discursos de lideranças locais e clima pacífico, teve presença de famílias e grupos organizados, além de acompanhamento da Brigada Militar para garantir a segurança.
Segundo os organizadores, o objetivo foi chamar atenção para o que consideram excessos cometidos por autoridades e estimular o debate público sobre os rumos do país. O Reage Brasil anunciou que novas mobilizações estão previstas para os próximos meses, com foco em ampliar o engajamento popular e pressionar por reformas institucionais.














