Guilherme Athayde
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Segundo dados do estudo mensal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado ontem no Rio de Janeiro, a economia brasileira segue crescendo, mas mostrou desaceleração no segundo trimestre do ano. Após elevação de 1,3% entre janeiro e março, o Produto Interno Bruto (PIB) do país subiu 0,5% de abril a junho. O crescimento foi de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024, e de 3,2% nos últimos 12 meses.
A economista Juliana Trece, do Ibre, apontou que os setores de serviços e indústria lideraram o aquecimento da economia do país no segundo trimestre. Já a desaceleração do crescimento em relação ao primeiro trimestre se deu em virtude do elevado patamar de juros na atividade industrial, e da “diminuição da contribuição positiva do setor agropecuário”. O levantamento apontou ainda que o consumo das famílias também segue o mesmo padrão: em elevação menor do que nos períodos anteriores, desde o ano passado.
Santa Cruz: “Momento complicado”
Na semana passada, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apurou que, pelo terceiro mês consecutivo, as vendas do comércio no Brasil apresentaram queda. Apesar do crescimento de 2,7% nas vendas nos últimos 12 meses, o recuo do último trimestre foi de 0,8% Ricardo Bartz, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Cruz do Sul (CDL), destacou que não existe um indicador econômico exclusivo para os dados da região, mas, em consultas com comerciantes, observou indicativos de que as vendas seguem estagnadas.
“Existem, de modo informal, relatos de um momento bem complicado. É o que se desenha para o comércio de varejo, boa parte disso por conta do cenário econômico em nível país. Não existe política pública para o comércio de varejo”, apontou.
Bartz criticou a falta de um trabalho mais intenso do governo federal para coibir práticas delituosas como o contrabando e o descaminho nas fronteiras do país. Já a taxação dos Estados Unidos de 50% para produtos importados do Brasil não impactam diretamente o comércio varejista local, entende o dirigente empresarial.
“A taxação do governo dos Estados Unidos não afetam de forma direta o comércio de varejo. Porque é um recurso que ele não deixa de estar na mão do consumidor. A gente quando fala em varejo, fala em poder aquisitivo”, comentou o presidente da CDL. Ele alertou que a instabilidade do momento político acaba por influenciar o comportamento do consumidor a reduzir suas compras às necessidades básicas. “A gente vê esse reflexo apontado pelos operadores em gerentes, proprietários e comerciantes que têm operações.”














