
Foto: Rodrigo Assmann
A terceira edição do ESG Experience, realizada na última quinta-feira, 21, consolidou o evento como referência regional na promoção de práticas sustentáveis. Com mais de 150 participantes reunidos no auditório do Memorial da Unisc, o encontro foi promovido pela Associação Comercial e Industrial (ACI) e pela Universidade de Santa Cruz do Sul, e abordou temas atuais da agenda ESG – ambiental, social e governança – com palestrantes de destaque nacional e cases de empresas com atuação local e global.
Na palestra de abertura, o diretor-executivo de Agro da Seara, José Antônio Ribas Júnior, destacou o potencial do Brasil para liderar a produção de alimentos sustentáveis. Segundo ele, o país tem capacidade para ser protagonista global, mas enfrenta entraves estruturais e de comunicação. “O Brasil não sabe se vender. Temos o hábito de mostrar nossos defeitos ao invés de exaltar nossas virtudes”, criticou. Ele também apontou deficiências logísticas e insegurança jurídica como barreiras ao desenvolvimento, defendendo investimentos em ciência, inovação e visão de longo prazo.
Ribas apresentou ainda práticas sustentáveis já adotadas pela Seara, como o uso de energia fotovoltaica por 71% dos produtores de aves e suínos, projetos de biometano e economia circular, além de estudos sobre sequestro de carbono. “Essas práticas já são realidade no grupo. E o mais importante: não é uma meta com fim, é uma jornada contínua”, destacou. A manhã seguiu com apresentações de BAT Brasil e Peterson Solutions, com foco na sustentabilidade no setor do tabaco, e da CEO da Produzindo Certo, Aline Locks, que apresentou o programa RegIA, voltado à agricultura regenerativa em mais de 8 milhões de hectares na América Latina.
Destacada pelas revistas Dinheiro Rural e Época Negócios devido à sua liderança no agronegócio na categoria ESG, Aline exaltou as boas práticas agrícolas com respeito a pessoas e recursos naturais. “Além das empresas, temos a pesquisa e a ciência orientativa. Há um conjunto de assistência técnica em sustentabilidade e em práticas regenerativas para dar suporte ao produtor”, ressaltou.
A programação matutina foi encerrada com o painel da empresa Toca Socioambiental, que trouxe iniciativas voltadas à meta lixo zero em eventos. À tarde, o foco se voltou às ações ambientais, sociais e de governança. Empresas como Philip Morris Brasil, China Brasil Tabacos, Sulpel Soluções Ambientais e Solled Energia/WG Energia compartilharam experiências na aplicação de práticas ESG em suas operações.
No campo social e de governança, a Fundação de Proteção Ambiental de Santa Cruz do Sul (Fupasc) apresentou o uso da matriz de materialidade na elaboração de seu relatório de sustentabilidade. Já a JTI destacou ações voltadas à redução do trabalho infantil, com foco na educação como ferramenta de transformação social.
Encerrando a programação, o case da Amitié Espumantes e Vinhos evidenciou o protagonismo feminino no setor vitivinícola. Fundada em 2018 pelas empresárias Juciane Casagrande Doro e Andréia Millan, a empresa já produz um milhão de garrafas por ano e acumula mais de 100 premiações internacionais. “Toda a nossa produção está alinhada com as práticas da sustentabilidade”, afirmou Juciane.
Mudanças para 2026
Na avaliação do diretor de ESG da ACI, Cassio Arend, a terceira edição do evento cumpriu o seu objetivo de ser um grande fórum para compartilhamento e disseminação de boas práticas de sustentabilidade. “Certamente, o sucesso dessa edição, que se consolida como o principal evento de ESG do interior do Estado, aponta que devemos ter a quarta edição”, anunciou.
A ideia é implementar mudanças na organização a partir do feedback de todos os parceiros envolvidos na evento. O 3º ESG Experience contou com o patrocínio das empresas Alliance One, BAT, JTI, Peterson Solutions, China Brasil Tabacos, Solled, Excelsior Alimentos, Philip Morris Brasil, Sulpel e Gazeta Grupo de Comunicações.














