
Divulgação/Banco de Imagens RJ
Celebrado anualmente em 15 de outubro, o Dia Internacional das Mulheres Rurais foi instituído pela Assembleia Geral da ONU em 2007 com o objetivo de reconhecer a contribuição decisiva dessas mulheres para o desenvolvimento agrícola, a segurança alimentar e a erradicação da pobreza. Neste ano, a data ganha ainda mais relevância diante dos desafios persistentes enfrentados por milhões de trabalhadoras do campo em todo o mundo, especialmente em contextos de crise climática, insegurança econômica e desigualdade social.
As mulheres rurais representam cerca de 45% da força de trabalho agrícola global e mais de um terço da população mundial. No Brasil, elas estão à frente de propriedades, lideram cooperativas, participam de associações e desempenham funções que vão muito além da lida com a terra. Sua atuação é fundamental para a agricultura familiar, o manejo sustentável de recursos naturais e a preservação das tradições culturais das comunidades rurais, sendo também protagonistas em práticas agroecológicas e na produção de alimentos saudáveis.
Apesar da importância estratégica, essas mulheres ainda enfrentam obstáculos como o acesso limitado à terra, crédito e tecnologias, além da dupla jornada de trabalho e da baixa representatividade em espaços de decisão. A falta de infraestrutura, transporte e serviços básicos em áreas rurais também agrava as dificuldades enfrentadas por elas. A data reforça a urgência de políticas públicas que promovam equidade, visibilidade e oportunidades para as mulheres do campo. Uma declaração institucional da Federação Canaria de Municípios, da Espanha, resume essa ideia global: “Fortalecer a mulher rural é investir em uma agricultura mais justa, produtiva e sustentável”.
Nos últimos anos, diversas iniciativas têm buscado ampliar o protagonismo feminino no meio rural, como programas de capacitação, redes de economia solidária, feiras agroecológicas e ações de incentivo à liderança comunitária. Organizações da sociedade civil, universidades e movimentos sociais têm contribuído para dar visibilidade às pautas das mulheres rurais, promovendo espaços de escuta e articulação política. O fortalecimento dessas redes é essencial para garantir que suas vozes sejam ouvidas e que suas demandas sejam incorporadas nas agendas públicas.
Mais do que uma data comemorativa, o mês de outubro se torna um marco para reconhecer a força, a resiliência e a sabedoria das mulheres que cultivam não apenas a terra, mas também vínculos comunitários e práticas sustentáveis. Valorizar o trabalho das mulheres rurais é reconhecer que o futuro da agricultura passa por elas – e que investir em sua autonomia é investir em um modelo de desenvolvimento mais inclusivo, justo e duradouro.














