Início Osvino Toillier A lógica de sensatez

A lógica de sensatez

Estamos vivendo tempos inimagináveis, com a humanidade inteira contida em casa, cuja dimensão não cabia no melhor filme de ficção. Quem diria que um dia não poderíamos sair de casa, para nossa atividade laboral, com controle policial para quem ousasse descumprir a ordem de recolher.
Eu nasci no meio da Segunda Guerra Mundial e lembro bem meu pai ouvindo as notícias do conflito pela Deutsche Welle, canal alemão, que depois foi proibido, a ponto de a polícia invadir a nossa casa e confiscar a inocente arma de caça do meu pai.
Depois fomos evoluindo para a era da globalização e festejávamos a mundialização da economia e a conquista do espaço, celebrando os tempos do mundo sem fronteiras.
Em 1989, quando fui convidado pela Alemanha Oriental para um estágio de quatro dias para conhecer a realidade do lado comunista, tive a incrível oportunidade de vivenciar a realidade educacional, da saúde e agricultura, além de sentir a realidade de uma sociedade submetida ao regime rigoroso do partido comunista, cujos movimentos eram controlados para saber aonde o cidadão iria. O limite era a fronteira, ou seja, o Muro de Berlim, rigorosamente vigiado, e cujo acesso impingia medo.
O Muro caiu, as fronteiras evaporaram, e nós voamos mundo afora, e projetamos romper fronteiras interplanetárias. Eis que, de repente, um vírus cortou nosso barato e tivemos de dar um passo atrás e ficar em casa, rever nosso sistema de saúde, com controles que me lembram os procedimentos do sistema comunista em nossa visita ao hospital, para protegerem-se de contágios de pessoas externas.
Não estamos tão seguros de nossas conquistas, a ponto de nos colocarmos em risco, impedindo de sair da moradia, sob pena expormo-nos à contaminação. Que tempos, hein?