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A morte vulgarizada

A sociedade brasileira tem acompanhado uma escalada de violência sem precedentes, seja no trânsito, no seio familiar, no mundo do tráfico de drogas e policial. No decorrer desta semana, aqui no Estado tivemos o grave fato envolvendo um policial militar que culminou na morte de quatro pessoas da mesma família, e além disto um “serial Killer”, espalhando o terror no centro do País.

Em relação ao primeiro caso acima mencionado, a imprensa nacional tem tratado como chacina. Não vou entrar no mérito da discussão sobre excludente de ilicitude, mas o pano de fundo é: será que um agente de segurança, treinado para evitar mortes, não deveria ter antevisto uma situação de risco e evitado um confronto com tamanho dano colateral? Será que as orientações que temos visto das autoridades executivas do País, em especial, o presidente da República sobre a excludente de ilicitude da força policial, têm sido o estopim da enormidade de eventos envolvendo policiais?

Já em relação ao segundo fato, tem-se evidente que as forças policiais no País estão com dificuldade de enfrentar o tema. Mas demonstra que deverão ser tomadas medidas de inteligência policial, em especial em redes sociais, para evitar que a loucura do maníaco do Distrito Federal não sirva de incentivo para outros jovens atormentados.

Dias atrás tivemos a tragédia do município de Saudades, e também a chacina do Jacarezinho, ou seja, estamos frente a um quadro muito grave, quase endêmico, onde a vida é descartável.

Por tal razão, maiores são as responsabilidades das autoridades públicas, responsáveis por políticas públicas de pacificação da sociedade, sendo que o incentivo que temos visto no último período quanto ao armamento da sociedade e própria discussão da excludente de ilicitude das forças policiais, já surtiu efeitos muito severos ao tecido social.

Não há solução fácil, mas o investimento na inteligência policial urge, devendo a força ser o último remédio, sob pena de ver repetidas carnificinas semanas após semanas.