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A música e o autoconhecimento de Nattaniel Piva

Alyne Motta – [email protected]

A música está presente na vida de muitas pessoas. Na de Nattaniel Piva também. O começo foi aos 13 anos quando, junto com seu pai, foi até a loja comprar dois discos (John Lennon e Elton John). A paixão e a curiosidade só aumentaram no garoto que, logo depois, tornou-se fã de Beatles e Pink Floyd.
Mas não foi só de ouvir música que Nattaniel gostava. Queria muito mais, porém o pai não tinha paciência para ensinar o filho a tocar violão. A solução encontrada pelo garoto foram os livros de música. “Aprendi alguns acordes e não parei mais”, afirma Nattaniel.

Melissa Braga

Entre o trabalho e a música

Sem incentivo da família que, segundo ele, é um paradoxo, seguiu na carreira musical por vontade própria. “O pessoal lá em casa fechava as portas quando eu começava a tocar e cantar rock. Na verdade sempre me senti um estorvo quando estava com o violão”, relembra.
Depois do violão, o músico também toca gaita de boca. Ela surgiu na vida de Nattaniel quando conheceu Neil Young, de quem é fã. “É um instrumento fácil e de pura inspiração, e fica maravilhoso junto com um violão e voz”, comenta. Adepto aos dois instrumentos, o que ele gosta mesmo é de cantar.
“A música é paz, é beleza, é a guia mestra em minha vida”, afirma o músico que trabalha com meditação e terapia. “Ela sempre esteve presente, e a composição sempre foi minha paixão… Música pra mim é intuição, poesia, vida, amor, amizade”, acrescenta Nattaniel.

A SUA SANTA CRUZ
Porto-alegrense de nascimento, conheceu Santa Cruz do Sul em 1990, e a tem como cidade do seu coração. “Esta cidade realmente tem algo especial comigo. Era pra ser assim”, relembra o músico que tem aqui os melhores amigos e sua amada, a santa-cruzense Mônica Thomé.
Sobre vir morar na cidade, Nattaniel afirma que não foi escolha. “A música e o amor escolheram. Quando o amor por alguém bate fundo o teu coração, então há coisas que a gente faz que a própria razão desconhece”, comenta ele. E assim foi se enraizando cada vez mais, à medida que as coisas ficavam melhores.
“Sou um cara caseiro, então uma cidade do interior ficou de bom tamanho para as coisas que mais gosto na vida”, declara o músico, que conheceu sua esposa em um show num bar chamado Texas, que ficava na Avenida do Imigrante. De lá pra cá, não troca a sua Santa Cruz do Sul.

Melissa Braga

Santa-cruzense de coração, tem a música como uma de suas paixões

FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Tendo a música como sua paixão, Nattaniel não vive somente dela. Em meados dos anos 80 fez jornalismo e filosofia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), mas acabou a se dedicar a trabalhos ligados ao autoconhecimento, área que se dedica há 20 anos. Desde 1998, atua como professor no Espaço Bio.Zen.
“Ensino pessoas esta arte de beneficiar a Si mesmo, desenvolver centramento, qualidade de vida, lucidez, foco, e abertura da sensibilidade, de modo a descobrir e revelar ‘aquilo que verdadeiramente somos por trás das aparências’, a fim de liberar um espaço de paz e lucidez dentro de si”, explica.
Para atuar na área terapêutica, Nattaniel realizou treinamentos especializados em Bioenergética, Osho Pulsation, Leitura Corporal Gaiarsiana, Renascimento (Terapia da Respiração), Dancetherapy, O Trabalho de Byron Katie, Alinhamento Corpo & Mente, Massagem Tântrica, Deeksha e Reiki.
Além disso, ministra palestras, workshops e retiros que ajudam a despertar esse modo de vida mais criativo e interessante de viver. “Este trabalho é a paixão da minha vida. É o que sempre me moveu, junto com a música”, comenta o músico, que é graduando em Filosofia pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

TRABALHO AUTORAL
Com uma rotina de viagens bem grande, Nattaniel acaba deixando a música em segundo plano. Mas entre tantos compromissos, acha espaço para compor. A oportunidade de mostrar todo seu trabalho veio na noite de 26 de setembro, quando participou do projeto Lá no Camarim, promovido pelo Departamento de Cultura.

Melissa Braga

No Espaço Camarim, dividindo o palco com os amigos

“Sempre toquei sozinho, violão e voz. Quando precisava, chamava amigos para tocar comigo, como foi o caso agora do show no Espaço Camarim”, garante o músico, que esteve no palco acompanhado de Miguel Beckenkamp nas guitarras, Marcelo Maya nos teclados, Denis Job no baixo e Diego Maracci na bateria.
“Foi uma grande oportunidade ver os amigos e compartilhar essas canções no ‘Camarim’. A banda toda se empenhou e foi brilhante”, avalia o músico. “Apenas uma maneira de compartilhar com os amigos, com pessoas queridas. Tenho a bênção de poder contar com pessoas especiais e maravilhosas na minha vida”, finaliza.