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Agroecologia e orgânicos ganham plano nacional

Suilan Conrado
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Na última segunda-feira, 25, a Cooperativa Regional de Agricultores Familiares Ecologistas (Ecovale) realizou em Santa Cruz do Sul, uma assembleia geral com os associados e apoiadores, que expuseram as dificuldades e problemas técnicos que encontram nas lavouras. Na ocasião, o secretário executivo da Comissão Nacional da Política de Agroecologia e Produção Orgânica, Selvino Heck, apresentou o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, o Planapo, que tramita na Câmara Interministerial e, segundo Heck, a expectativa é de lançá-lo oficialmente até o fim de maio.

 Rolf Steinhaus

Assembleia geral da Ecovale: oportunidade para conhecer o Planapo e debater sobre agroecologia
 

O secretário explica que, em agosto do ano passado, a presidenta Dilma Roussef lançou um decreto que instituiu a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, o que possibilitou criar a Câmara Interministerial e a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, entidades responsáveis por construir o plano.
“A política já está instituída pela presidenta e, em breve, a Câmara Interministerial deverá bater o martelo e concluir a primeira proposta do plano”, manifestou Heck. O plano será apresentado em abril para a Câmara Interministerial e, em seguida, será encaminhado para a Presidência da República.

 Rolf Steinhaus

Selvino Heck: Planapo pretende atingir 300 mil famílias de agricultores até 2015 no Brasil

Visando incentivar os produtores de orgânicos, Heck comenta a importância de se criar instrumentos de apoio aos agricultores como o Planapo, e frisa a relevância dos produtos agroecológicos para os consumidores e sociedade em geral. “Precisamos criar uma consciência agroecológica entre as pessoas e também nos institutos onde se pesquisa como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)”, exemplificou.

METAS

O plano pretende atingir 300 mil famílias de agricultores no país até 2015, além de outras metas, como fixar que 5% no mínimo, das compras governamentais sejam de produtos agroecológicos, beneficiando o agricultor e o consumidor. “Aos poucos pretendemos criar um movimento, de forma que as pessoas identifiquem que existe uma lei regulamentada para isso. Nosso objetivo é ter esse reconhecimento”, esclareceu Heck.
Em se tratando de Santa Cruz do Sul e região, baseadas na cultura do tabaco, o secretário Heck, que é natural de Venâncio Aires, expõe que há a intenção de inserir cada vez mais a cultura dos orgânicos, ainda que seja um longo processo. “Não é de um dia para o outro, porque envolve pequenos agricultores, indústrias, entre outros. Mas o esforço será esse, até porque, cada vez mais, o mundo percebe os malefícios do tabagismo e a produção tende a ficar mais restritiva com o passar do tempo”, explicou.

 Rolf Steinhaus

Produtos orgânicos são livres de pesticidas

Heck ainda salientou a importância de mostrar às pessoas que não plantam tabaco as alternativas disponíveis, respeitando a realidade local, sem prejudicar os trabalhadores da indústria nem os agricultores que cultivam o fumo.

PRODUTOS ECOVALE

A Cooperativa Regional de Agricultores Familiares Ecologistas possui loja de vendas direto ao consumidor em Santa Cruz do Sul. Os principais produtos comercializados são o arroz, diversos tipos de feijão, açúcar mascavo, mel, erva-mate, gergelim, bolachas, hortifrutigranjeiros, entre outros.

Horário de atendimento:

– Segunda a sexta-feira, das 8h30min às 12h e das 13h30min às 18h30min
– Sábados, das 8h30min às 12h

Endereço: Rua Thomaz Flores, 805, em Santa Cruz do Sul. Telefones: (51) 9685-7992 e (51) 3713-4152. E-mail: [email protected]

Qual a diferença dos alimentos orgânicos para os não orgânicos?

A produção dos orgânicos não utiliza fertilizantes, pesticidas ou herbicidas sintéticos utilizados na agricultura convencional – o que é mais seguro para o produtor e para o consumidor. No cultivo de alimentos orgânicos também se veta modificações genéticas e o tratamento rotineiro de animais com antibióticos e hormônios.
A agricultura orgânica acarreta menos resíduos tóxicos no meio ambiente. Vazamentos de pesticidas e fertilizantes sintéticos contaminam os cursos de água. Muitas aves, animais e insetos morrem ao comer plantas tratadas com essas substâncias ou ao consumir as próprias substâncias – diretamente ou por meio da cadeia alimentar.
A agricultura convencional usa mais petróleo do que qualquer outra indústria, principalmente na produção de fertilizantes e pesticidas sintéticos.
Os procedimentos orgânicos garantem um tratamento menos agressivo aos animais do que na criação convencional. Por exemplo, os criadores orgânicos não usam iluminação artificial para aumentar a produtividade.
Para os agricultores orgânicos, o solo é a base da cadeia alimentar e eles trabalham constantemente para melhorar sua estrutura. Assim eles reduzem os riscos de a camada superior do solo sofrer erosão.
As práticas orgânicas incentivam a biodiversidade, enquanto a agricultura tradicional se baseia na monocultura, aumentando a suscetibilidade da lavoura a doenças e pragas.
Fonte: www.familiaorganica.com.br