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Agroindústria tem espaço garantido na Expoagro Afubra

Everson Boeck
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Hoje encerra a 14ª edição da Expoagro Afubra, considerada a maior feira da agricultura familiar do Brasil. O evento iniciou na terça-feira, 25 de março, e já reuniu milhares de visitantes no Parque da Expoagroem Rincão Del Rey, em Rio Pardo. Atividades técnicas, dinâmicas, palestras, demonstração e comercialização de produtos são algumas das formas que o evento utilizapara ressaltaro potencial da agricultura da região. Um dos objetivos da feira é fortalecer a produção agropecuária, a diversificação das propriedades, a capacitação do produtor rural e o incentivo a sua permanência no campo.

Agroindústria ganha mais espaço

Passar rapidamente pelo Pavilhão das Agroindústrias é tarefa difícil na Expoagro Afubra 2014. Ao entrar no ambiente, os olhos se perdem em meio aos produtos das 150 empresas familiares participantes, vinte a mais que na edição anterior. No local a visitação ainda pode ser feita com mais conforto devido à ampliação do espaço, com 1,8 mil metros quadrados (em 2013 eram 1,2 mil), com produtos de dezenas de municípios gaúchos, tais como Candelária, Bagé, Teutônia, Cachoeira do Sul, Santa Maria e muitos outros.
Apesar da ampliação, o espaço permanece na mesma localização de edições anteriores, à direita do pórtico de entrada do parque de exposições, em frente ao estacionamento. A diversidade de pães, cucas, embutidos, plantas, bebidas, artesanato, entre outros produtos, inclusive de comunidades indígenas, que estreiam na feira, atrai milhares de visitantes.
Segundo JocimarRabaioli, assessor de Política Agrícola e Agroindústria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), as estimativas são de que as vendas nos três dias totalizem R$ 550 mil, um acréscimo de 20% em comparação com a edição anterior. Já para o próximo ano, a expectativa é de que a infraestrutura seja ainda melhor, com a possível construção do pavilhão para as agroindústrias, promessa de lideranças políticas.

Fotos: Rolf Steinhaus

A visitação pode ser feita com mais conforto devido à ampliação do espaço,
com 1,8 mil metros quadrados (em 2013 eram 1,2 mil)


Visitantes são atraídos pela quantidade de pães, cucas, embutidos,
plantas, bebidas, artesanato, entre outros produtos

Defesa da agricultura familiar

Durante a cerimônia de abertura, realizada na terça-feira pela manhã, as autoridades demonstraram preocupação com a sustentabilidade das propriedades rurais e a manutenção da população rural no campo, bem como ressaltaram a necessidade do apoio dos governos estadual e federal para a defesa da produção de tabaco – principal cultura da região e responsável pela sobrevivência e qualidade de vida de cerca de 160 mil unidades de agricultura familiar no sul do Brasil.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, ressaltou que o crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, de 5,8%, representa o dobro de crescimento da média nacional e isso se deve, principalmente, ao efeito safra. “E a parcela de contribuição dos fumicultores no incremento da economia sul-brasileira foi de R$ 5,3 bilhões, dos quais 49% correspondem ao Rio Grande do Sul”, afirmou.
Werner lembrou, ainda, que é preciso pensar alternativas para quando as condições climáticas não são favoráveis. “A criação de programas, pela Secretaria de Agricultura, como o Mais Água, Mais Renda e o de Secagem e Armazenagem de Grãos, e a criação dos Arranjos Produtivos Locais, pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento, entre eles o APL do Vale do Rio Pardo, que tem como entidade gestora a Afubra, são caminhos promissores para uma produção agrícola mais segura e rentável”, frisou.
Ao destacar que o governo tem investido em crédito agrícola para impulsionar o setor, o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Signor, afirmou que o crédito ao produtor é um dos maiores propulsores do desenvolvimento. “Nós, do governo, temos compromisso com o setor. Precisamos unir o ideal da legislação à nossa realidade”, salientou.
O delegado federal do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) no Rio Grande do Sul, Marcos Carlos Regelin, disse que o MDA prioriza crédito e investimentos em qualificação e em agroindústrias para que o produtor possa escolher as culturas que quer produzir. “Somos a favor da produção do tabaco, mas é o agricultor quem decide o que vai produzir. Portanto, somos parceiros para que o produtor acesse recursos do governo para desenvolver sua propriedade”, sublinha.


Governador do RS, Tarso Genro (C), juntamente com a Afubra, demais
entidades e representantes governamentais na abertura do evento

Ataques à produção de tabaco

O governador Tarso Genro pontuou que a economia local é influenciada pela economia global e o desafio é não se deixar abater pela crise mundial. “Vivemos um momento peculiar na economia brasileira que imersa numa crise global e precisamos estar em alerta”, comentou. Sobre as campanhas contra o tabaco, ele disse que são feitas, principalmente, por países grandes produtores de fumo, que dizem trabalhar pela saúde pública, enquanto, na verdade, querem proteger seu mercado.
“Estamos sofrendo ataques em razão de uma concorrência desigual. Alguns países têm interesse em nos tirar do mercado porque somos um dos maiores exportadores do mundo. Nós devemos nos unificar acima de rivalidades e partidos políticos para proteger a nossa riqueza produtiva local”, disse. O governador também afirmou que tentará comparecer no aniversário de 60 anos da Afubra, em 2015.


Diversos municípios do estado estão marcando presença na Expoagro