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Autocuidado: é possível perceber sinais diferentes

Ana Maria Goeritz, 57 anos, diagnosticou precocemente o câncer de mama e após tratamento vive uma vida normal e mais leve

Luciana Mandler
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Santa-cruzense Ana Maria Goeritz – Foto: Rolf Steinhaus

Neste ano, a estimativa é de que no Brasil se tenha 66.280 novos casos de câncer de mama, o que representa 29,7%, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Não é por menos que a cada ano se intensificam as ações, com intuito de alertar sobre o diagnóstico precoce da doença. Ao encontro disso está o movimento Outubro Rosa, o qual visa compartilhar informações, bem como promover conscientização sobre o câncer de mama.

E foi graças aos exames periódicos e autocuidado que a santa-cruzense Ana Maria Goeritz, hoje com 57 anos, diagnosticou a doença em 2011. A aposentada conta que já tinha histórico de cistos e por isso sempre fez acompanhamentos e nunca deixou de fazer os exames anuais, além das consultas. E foi numa pulsão de um cisto que descobriu. “No primeiro momento foi um susto, não sabia o que pensar e o que fazer”, recorda. “Mas depois, conversando com o oncologista, que ele me explicou como seria todo tratamento encarei de frente”, diz.

Ao todo, foram quatro quimioterapias. A descoberta precoce fez com que o tratamento não fosse tão intenso. Como complemento do tratamento e para evitar o retorno da doença, Ana Maria precisa tomar comprimidos, um por dia, por dez anos. A moradora do Bairro Arroio Grande já comemora, pois os medicamentos vão a acompanhar até o ano que vem. Depois disso, uma vida livre e ainda mais leve. 

Ana Maria ama pedalar e acredita que a prática de exercícios auxilia na imunidade – Foto: Arquivo pessoal

Para Ana, foi de extrema importância sempre fazer o autoexame, conhecer seu corpo. Já durante o tratamento, o apoio e carinho da família, amigos e colegas de trabalho na época foram fundamentais. “Tenho uma amiga que me ajudou e muito, a Ângela. Ela também teve câncer de mama e enfrentamos este momento juntas, unidas. Uma apoiando a outra. Ela inclusive participava comigo no grupo da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan)”, conta.

Ana Maria, mesmo depois de passar pelo tratamento de câncer de mama, agradece pela vida e por ter conseguido enfrentar este momento tão delicado. Hoje, procura levar a vida de forma ainda mais leve. “Independente de passar por um tratamento ou não, as pessoas precisam fazer o que gostam. Sempre gostei de praticar exercícios, caminho, ando de bicicleta e não parei durante o tratamento, pois foi fundamental até para minha imunidade”, enfatiza. Alguns dias não estava muito disposta. Aí não fazia nada, só descansava. Quando melhorava, voltava a caminhar ou a andar de bicicleta.

AAPECAN

No momento difícil e de que mais precisou, Ana Maria contou com o grupo de apoio da Aapecan, que através de encontros semanais proporcionou momentos de descontração e acolhimento. “Sinto falta de participar dos encontros”, revela. “Muito bonito o trabalho deles”, completa.

O grupo de apoio, segundo a psicóloga da Aapecan, Grasiela Lopes, é voltado tanto para homens quanto mulheres com diagnóstico de qualquer tipo de câncer, assim como para seus familiares. Atualmente, devido à pandemia do novo coronavírus, os encontros são virtuais, pelo WhatsApp. Em épocas normais, os encontros ocorrem uma vez por semana. “É um lugar para estar. Aqui, uma vai se ver na outra, entender o que a outra está passando e se tornam amigas”, comenta.

Ainda conforme Grasiela, é um cuidado integral. É um espaço para interagir e ao mesmo tempo terapêutico. “Cada uma dessas mulheres e homens têm uma rotina, sua história e isso é compartilhado”, reflete. “Aqui, ocorrem diversas atividades, entre elas, meditação, artesanato, passeios, debates, enfim, conforme a necessidade do grupo”, explica.

DIAGÓSTICO PRECOCE

No mês do Outubro Rosa, a psicóloga Grasiela salienta sobre a importância da prevenção do câncer de mama. “É importante buscar um estilo de vida saudável. Realizar os exames preventivos anualmente, desde o autocuidado, pois a partir do autoconhecimento é possível perceber sinais diferentes, além, é claro, dos exames clínicos e mamografia”, destaca. “O autoexame é importante, mas não substitui a mamografia”, frisa. “Quanto mais cedo se descobre, mais chances de cura. O corpo responde melhor ao tratamento e o enfrentamento emocional é mais tranquilo”, avalia.                                 

EXPOSIÇÃO

Para reforçar o movimento Outubro Rosa e conscientizar sobre o câncer de mama, a Aapecan realiza a exposição “Laços que se unem”. Entre os dias 1º a 9 de outubro, os quadros com fotos de usuários (mulheres e homens) vão estar expostos na Lisaruth e de 9 a 16 de outubro, a exposição estará no Hospital Ana Nery.

CHÁ ROSA

No dia 16 de outubro, a Aapecan está preparando também o Chá Rosa. Os pedidos podem ser feitos até dia 13, pelo telefone (51) 3056-9500, no valor de R$ 12. A retirada poderá ser feita na casa de apoio, localizada na rua Dorval Martins, nº 197, das 13h30 às 16h. Já acima de cinco pedidos, a Aapecan realiza a entrega em Santa Cruz do Sul. Os pedidos também podem ser adquiridos na Love Brands, bem como a retirada. A loja está localizada na rua 28 de Setembro, nº 167.