
Arquivo pessoal/Divulgação RJ
Guilherme Athayde
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Projetada para o cicloturismo, a Rota dos Dinossauros possui 327 quilômetros de extensão e passa por oito municípios gaúchos: Cerro Branco, Candelária, Paraíso do Sul, Agudo, Ibarama, Dona Francisca, São João do Polêsine e Lagoa Bonita do Sul. Recheada de cenários belíssimos do nosso interior, o percurso é administrado por uma organização sem fins lucrativos que conta com apoio de prefeituras e empreendimentos que garantem uma experiência turística inesquecível.
O trajeto recebe um grande número de ciclistas, que, com a força dos pedais e bastante disposição, percorrem as estradas da zona rural em uma média de sete dias. Mas um morador do município de Dona Francisca, na Região Central do Estado, preferiu viver mais intensamente a experiência e fazer o trajeto a pé: Moisés Luis Tessele, de 28 anos, saiu de Linha Grande, em Dona Francisca, no dia 14 deste mês, e ontem chegou a Candelária. Ele já percorreu cerca de 160 km, está na metade do percurso, que pretende terminar em até 20 dias.
“Essa ideia surgiu porque eu sou curioso, quero saber o que tem no meu quintal. O que tem além da minha casa, da onde eu vivo, que são as cidades vizinhas. Vi que a Rota dos Dinossauros passava no interior, sou apaixonado por natureza, então, tudo encaixou. De curiosidade acabei pesquisando, vi pessoas que fizeram de bicicleta, aí eu arrumei minhas coisas e falei ‘quer saber, eu vou fazer à pé!’. Como eu não tenho uma bicicleta muito boa, tenho pernas boas, acabei usando isso a meu favor e estou aqui desfrutando do que o meu caminho tem a oferecer”, disse Moisés em contato via Whatsapp em meio a sua aventura, contando que a experiência é em virtude da gratidão que sente pela vida. Para ele, os melhores momentos da caminhada se fazem através da interação com os belos cenários em meio à natureza.
“São os momentos que posso sorrir, rir, gritar, agradecer, compartilhar com outras pessoas. Os momentos que posso interagir, ser parte de algo maior, isso pra mim é fantástico. Nós, seres humanos, temos o poder da vida, somos a vida em si. Isso é algo de se agradecer, por isso eu agradeço muito”, observa. O final da aventura será em Agudo, onde Moisés pretende para chegar na Volksfest. Mas para isso terá que apertar o passo e chegar até o próximo domingo, 27, último dia do evento.
Desafio é bastante difícil, aponta ciclista que já fez o percurso
A aventura de Moisés é bastante ousada, destaca o ciclista Urgel de Souza, atleta com experiência que já foi destaque em matéria no Riovale Jornal em 2023, quando saiu de Santa Cruz do Sul e percorreu mais de 1 mil km de bicicleta circundando a Lagoa dos Patos. No início deste ano, Urgel fez com sua bike os 327 km da Rota dos Dinossauros. Ele conta que um dos desafios são os morros do percurso. O trajeto tem uma elevação de 5.974 metros. Ou seja, em sua caminhada, Moisés vai subir quase duas vezes o Pico da Neblina, considerada a montanha mais alta do Brasil, com 2.995 metros.
“Das rotas de cicloturismo que participei, foi a mais difícil, em questão da altimetria, em função da condição da estrada que estava quando eu fui. Tinha bastante pedras soltas. Dá seis mil metros de altimetria, foi bem difícil , mas gratificante. Para fazer essa rota já tem que ser um ciclista intermediário, ela não é muito fácil, imagina a pé. A dificuldade é a questão de estar em pontos bem isolados na rota. Vai demorar mais para chegar nos pontos. De bicicleta tu faz mais rápido. Eu fiz em quatro dias, o tempo que ele vai ficar exposto no tempo, com chuva e frio, é bem complicado. Mas quando a gente faz uma rota, sabemos que vai ter dificuldades, então, a gente fica mais ou menos preparado”, avalia o ciclista santa-cruzense.

Fotos: divulgação
Além de ser um praticante de caminhada há quatro anos, Moisés também entrou em contato com o pessoal do grupo Rota dos Dinossauros para ter informações sobre o trajeto e pontos de descanso em meio as viagens entre os municípios. Segundo José Guilherme Ortiz Rosso, presidente do Grupo Rota dos Dinossauros, o aventureiro que encarar o desafio do trajeto terá muitas paisagens e bons momentos para desfrutar do caminho.

percorre a pé o percurso
“É incrível ver, pois o circuito passa por diversas regiões, Vale do Rio Pardo, Quarta Colônia, Centro-Serra, e cada uma dessas regiões tem suas belezas e suas origens encantadoras que cada um, por onde passa, se encanta. Tem morros, cascatas, trilhas, pontos turísticos muito aproveitados e registrados. O site www.rotadosdinossauros.com.br tem mais informações sobre o percurso, fotos e pontos turísticos que podem ser acessados por quem quer fazer a rota.














