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Black Friday: Sexta-feira de descontaços no comércio

Data, que teve origem nos Estados Unidos, se tornou tradição no varejo, que chega a oferecer até 70% de desconto aos consumidores

Foto: Débora Dumke
Lojas do centro de Santa Cruz dividem a decoração de suas vitrines entre Copa do Mundo e Black Friday

LUÍSA ZIEMANN
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Para muitos se tornou tradição esperar pela última sexta-feira do mês de novembro para comprar aquele item de desejo. Seja um carro novo, um eletrodoméstico ou até mesmo itens de menores valores, na famosa Black Friday, muitas vezes, sua compra acaba sendo vantajosa para o consumidor. No bom e velho português, Black Friday quer dizer “sexta-feira negra” e se trata de um dia inteiro de descontos generosos organizados pelo varejo. Apesar da queda nos preços dos produtos já estar acontecendo há alguns dias em diversas lojas físicas e sites, a data oficial é hoje.


Mas por que a última sexta-feira de novembro? Isso porque a data foi criada nos Estados Unidos, onde essa grande liquidação acontece um dia depois do feriado americano de Ação de Graças, um dos mais importantes do país. Na data, o consumidor pode encontrar lojas que oferecem 30%, 50% e até mais de 70% de descontos em seus produtos. A Black Friday chegou ao Brasil somente em 2010, quando envolveu apenas varejistas online. No ano seguinte, então, o grupo Extra adotou a Black Friday também para os preços de suas lojas físicas e o evento começou a chamar atenção de comerciantes grande e pequenos, dentro e fora da internet.


Depois disso o evento foi ganhando força e se espalhando por todo o Brasil, chegando até às cidades do interior e pequenos comércios. Muitos comerciantes brasileiros foram resistentes a incluir a data como um evento fixo de preços baixos. Isso porque os varejistas tinham medo de promover grandes descontos antes do Natal, já que os saldões sempre aconteceram no País somente depois do Ano Novo. No entanto, atualmente, a sexta-feira de descontos já é tradição e caiu no gosto do consumidor brasileiro.


Em Santa Cruz do Sul não poderia ser diferente. Durante as últimas semanas as lojas do centro da cidade passaram a dividir as decorações de suas vitrines entre as cores do Brasil, em alusão à Copa do Mundo, e os cartazes divulgando o Black Friday. Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Ricardo Bartz, justamente por coincidir com o maior evento esportivo mundial, é uma boa data para que o comércio e o varejo possam aproveitar para incrementar suas vendas pré-Natal. “No nosso comércio local, cada lojista tem a liberdade de criar sua estratégia de vendas e a possibilidade de bons resultados é boa”, explica. “Ainda tem a questão da primeira parcela do 13º salário que pode influenciar para o incremento das vendas nesta Black Friday.”


Bartz acredita que este ano o incremento nas vendas no comércio local na data deve seguir, de maneira geral, o mesmo ritmo que restante do País. “Temos estudos de que a nível de Brasil determinados segmentos possam ter um incremento de até 6%, já que o mercado vai estar aquecido para a venda de diversos itens”, destaca. Por conta do período de Copa do Mundo, um dos artigos com grandes descontos são os televisores. “Itens que servem como presentes de Natal, e também roupas e calçados de verão devem ter grande procura”, acrescenta o presidente da CDL.


Além disso, a expectativa de aquecimento nas vendas é grande também por 2022 ser um ano de retomada à normalidade, após dois anos em que a pandemia afetou diretamente o setor. “Não existe um registro oficial de quanto foi o aumento ano passado, porque cada loja faz este controle. Mas como 2021 era o final da pandemia, já tinha sido melhor do que 2020, quando se estava no auge da contágio.”

Cuidado com armadilhas e descontos ilusórios

Bartz salienta que o consumidor que visitar as lojas do comércio local hoje encontrará boas ofertas em vários segmentos – desde alimentação e vestuário até eletrodomésticos e tecnologia. “Os comerciantes querem aproveitar essa reta de final de ano para bater suas metas e, por isso, é importante aproveitar o ingresso de dinheiro para o consumidor, via 13º salário”, relembra. “Claro que é preciso ter atenção às chamadas para promoções onde os preços ficam muito fora do normal.”


Por isso, o presidente da CDL aconselha que se valorize o comércio local. Dessa forma os clientes poderão fazer, de fato, boas compras e não cair na armadilha de descontos ilusórios. “Dificilmente quem compra nas lojas de Santa Cruz vai passar por armadilhas, porque são empresas sérias, com CNPJ e endereço físico estabelecido. As armadilhas geralmente acontecem em aquisições feitas pela internet, onde se deve ter muito cuidado e desconfiar de preços que estão fora do padrão de mercado.”