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O pintor e fotógrafo Eduardo Vieira da Cunha inaugura no próximo dia 6 de dezembro na Casa das Artes Regina Simonis, uma exposição inédita, com novos e antigos trabalhos que marcaram sua trajetória de 50 anos de arte e fotografia. O horário de visitação da Casa aos sábados vai das 10h às 14h. A exposição “Fotografia e Pintura, 50 anos de pesquisa” vai ficar em cartaz na Casa das Artes Regina Simonis até 28 de fevereiro de 2026.

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Trajetória
Eduardo nasceu em Porto Alegre em 1956. A carreira nas artes começou no instituto de Artes da Ufrgs em 1974. Dez anos depois foi aprovado em primeiro lugar em concurso para professor da UFRGS. Como fotógrafo, Eduardo trabalhou no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, na Companhia Jornalística Caldas Jr e, durante 12 anos, na Sucursal Sul do jornal O Globo, do Rio de Janeiro. Muitas das dezenas de fotos desta exposição são desta fase, um testemunho de acontecimentos políticos e sociais do Brasil nos anos 1970 a 1990 registrados por suas lentes.
O Trabalho em pintura começou efetivamente durante o curso de mestrado na Universidade de Nova York em 1987. Amigo do pintor Fernando Baril, Eduardo, que era inicialmente desenhista e fotógrafo, aprendeu a pintar com o colega gaúcho que também vivia em Nova York. Vieira da Cunha recolheu lá exemplos de outras áreas para falar da vasta questão do deslocamento e da viagem em seus temas: “Sonhos, fotos, papéis soltos, objetos, mapas, planos, desenhos e pinturas que ajudam a pelo menos recompor o itinerário de uma viagem produtiva, ociosa positivamente”. Em 1989 e 1990, Eduardo recebeu os prêmios “Bernard Shaw” e “Research in Painting” da Universidade de Nova York.
A viagem imaginária que Eduardo nos traz nessa exposição começa com trabalhos que lembram um itinerário, trânsito, passagem, sempre com meios de transporte, elementos onipresentes em sua obra: carros, aviões, trens. Como se fosse um percurso, Eduardo parte do litoral desértico do Rio Grande do Sul, até a animada, iluminada e extravagante cidade de Nova York, resgatando projetos de pinturas, esboços de quadros que ilustraram frases da coluna “Diário da Corte”, do jornalista Paulo Francis, publicadas em Zero Hora de 1990 até 1997. A cidade surge ali como um objeto de desejo, contraditória, ora como um firmamento, uma galáxia, um céu radiante, ora como um inferno. Esse estado de perpétua animação e crise da cidade-ilha era refletida nos textos irreverentes de Francis.
No início dos anos 2000, Eduardo fez doutorado em Paris, na Sorbonne. Lá, também realizou exposições individuais de pintura, na Galeria Debret da Embaixada Brasileira da França, e na Galeria Leonardo. De volta ao Brasil, expôs individualmente no Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), em São Paulo, na Galeria Nana Botelho (RJ) e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, onde foi lançado o primeiro livro sobre sua obra, com textos de Jean Lancri, Icléia Cattani e Monica Zielinsky. No exterior, expos da Westbeth Gallery (NY, 1989) e Galeria Debret (Paris, 1999) e Galeria Fisher- Rohr em Basel, na Suíça. A sua última exposição de caráter retrospectivo foi em “Percurso do Artista”, marcando 30 anos de arte, na Sala João Fahrion na Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, onde também foi lançado um segundo livro sobre sua obra, com textos de Luís Augusto Fischer e Tania Galli.
O artista é o filho mais moço de Liberato Salzano Vieira da Cunha, que foi prefeito de Cachoeira, deputado e secretário da educação do Estado. Seus pais morreram em 1957 em acidente aéreo, quando Eduardo tinha um ano de idade. Lecionou na UFRGS durante 40 anos, onde se tornou também professor titular, por concurso em 2017. Ele se aposentou no ano passado. Vive e trabalha em Porto Alegre, onde mantém ateliê. É casado com a arquiteta Daniela Cidade, também professora da UFRGS, e tem duas filhas e duas netas que moram no Reino Unido.














