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Cemitério em Santa Cruz inova por sustentabilidade

Uma das principais missões do Cemitério Ecumênico da Paz Eterna, localizado no bairro Santo Antônio, em Santa Cruz do Sul, é a preocupação diante do meio ambiente. Inaugurado em maio de 2013, foi idealizado em 1998 com o propósito de inovar tanto na questão arquitetônica como em soluções ambientais, pouco discutidas em cemitérios convencionais. Segundo Marcos Edmundo Baumhardt, diretor comercial do Paz Eterna, questões como a contaminação do lençol freático pelo necro-crorume, do ar e ambiente pelos gases, onde o principal é o ácido sulfídrico, advindo dos vazamentos nas gavetas construídas sem qualidade, eram os maiores problemas a serem solucionados.
Em busca das melhores condições, pesquisaram nos mais atuais empreendimentos do país e optaram pelas mais modernas e eficazes soluções. Quando algum problema ainda não tinha alternativa, foram criadas opções inéditas para que pudessem ultrapassar todos os obstáculos encontrados. Sobre a questão do necro-chorume (originado da decomposição dos corpos) e a contaminação do lençol freático, Baumhardt explica: “Criamos uma bandeja onde o caixão é colocado em cima de trilhos, garantindo que o líquido permaneça retino nesta bandeja e, também, que não haja contato com o líquido e a alvenaria da gaveta”. O cuidado de o líquido não encostar na alvenaria e nem mesmo no concreto, se dá pois os mesmos também são porosos. Com a substância somente na bandeja, o risco se torna zero, pois, com o tempo, esse líquido seca.
No caso de exumações (quando os restos mortais são reacomodados em outro local ou sepultura), a bandeja também soluciona problemas de higiene. “Como a bandeja possui trilhos,que mantém o caixão fora de contato com o fundo da gaveta, garantimos que não haja aproximação com o líquido da decomposição, o que garante o não apodrecimento deste material pela umidade. Isto é importante porque, no caso de exumação em gavetas ou sepulturas, é muito comum o fundo do caixão estar podre e o corpo cair ao tentar-se retirar o caixão da gaveta”, explica Baumhardt.
Ainda há a questão dos gases de decomposição, onde o Cemitério Ecumênico da Paz Eterna é um dos dois únicos cemitérios particulares do país que adotou o sistema de lavagem desses gases. O diretor comercial conta que existe uma tubulação que recolhe, através de sucção, os gases de dentro da gaveta, levando-os para o equipamento desenvolvido que, depois de 100% neutralizado, os devolve para a atmosfera. Esta mesma sucção, por criar uma pressão negativa dentro da gaveta, acaba por sugar, por outra tubulação, o oxigênio puro da atmosfera e levá-lo pra dentro da gaveta. Este processo garante que a decomposição seja aeróbica, com a presença de oxigênio. “O enorme benefício é que a decomposição é rápida e garante que, no caso de necessidade de exumação, o corpo esteja apenas em esqueleto, sempre”, diz. Este fluxo de gases (ácido sulfídrico e oxigênio), ainda garante ausência de pressão no interior da gaveta, impossibilitando qualquer tipo de vazamento, em casos de rachaduras.(Luiza Adorna/http://blogecoar.wordpress.com)

Luiza Adorna

Vista do jardim do Cemitério Ecumênico da Paz Eterna

Divulgação/RJ

Corredor de gavetas no segundo andar. O prédio conta com três andares construídos e dois em projeto