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A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) está liderando um projeto estratégico para o monitoramento da dengue nas regiões dos Vales do Rio Pardo e Taquari. A proposta busca desenvolver, validar e expandir uma plataforma integrada de dados capaz de reunir informações epidemiológicas, ambientais, entomológicas e genômicas, contribuindo diretamente com a tomada de decisões por autoridades de saúde. O projeto faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento voltado a Desastres Climáticos, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), e conta com a atuação de pesquisadores, estudantes e instituições parceiras.
A fase inicial de implementação ocorre no município de Venâncio Aires. Agentes de combate às endemias utilizam um aplicativo para registrar informações coletadas durante visitas domiciliares, como dados sobre a presença do vetor da dengue. Essas ações agilizam o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), além de permitir a coleta de ovos e larvas para análise laboratorial. O material genético é processado nos laboratórios da Unisc com a técnica de PCR em tempo real, identificando com precisão a presença do vírus e seu sorotipo.
Todos os dados alimentam um dashboard interativo, permitindo aos gestores municipais visualizar, em tempo real, os índices de infestação por bairro. O sistema oferece acesso restrito por login e senha para autoridades locais e, futuramente, será disponibilizado ao público geral. Após a validação na cidade-piloto, o projeto poderá ser escalonado para outros municípios interessados em aderir à ferramenta como medida preventiva e de gestão epidemiológica.
Coordenado pelas professoras Andréia Rosane de Moura Valim, Lia Gonçalves Possuelo e Clauceane Venzke Zell, o projeto conta também com a parceria de Gabriel dos Santos Alves, fiscal sanitário das Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental de Venâncio Aires, além de docentes e bolsistas. “A pesquisa científica é capaz de oferecer soluções reais aos desafios enfrentados pelas comunidades, reforçando o papel social da universidade no desenvolvimento regional”, destaca a equipe. A iniciativa evidencia como ciência e tecnologia podem ser aplicadas diretamente na proteção da saúde pública e no enfrentamento de epidemias.
