Início Geral Comunidade santa-cruzense descarta lixos em lugares inapropriados

Comunidade santa-cruzense descarta lixos em lugares inapropriados

Central de Serviços e Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade estão preocupadas com situação

Lixo descartado em local impróprio causa transtornos ao Meio Ambiente
Fotos: Divulgação/RJ

Débora Dumke – [email protected]

O descarte correto de materiais é de suma importância para o melhor funcionamento do Meio Ambiente, mas para isso é imprescindível que a população também se conscientize em realizar a separação e o descarte de forma correta. Isso não está acontecendo na cidade de Santa Cruz do Sul, pois a comunidade está descartando objetos em terrenos baldios, nas ruas e também fora dos containers.


Muitas pessoas chamam e pagam para que o descarte seja realizado de forma irregular, em uma área deserta onde não possuem câmeras, mas a solução é muito simples basta ligar para a Secretaria do Meio Ambiente ou para a Central de Serviços que estarão fazendo um planejamento e recolhendo de forma consciente.


Em entrevista ao Riovale Jornal, o Coordenador do Departamento de Melhorias Urbanas, dentro da Secretaria do Meio Ambiente, Martim Duering e o secretário do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Jaques Eisenberger contam como está sendo preocupante o descarte incorreto de materiais, deixando a cidade com aspecto de suja e também correndo o risco de ocasionar doenças para a população santa-cruzense.


“No Bom Jesus foi colocada uma lixeira e tivemos que recolher. O que acontece é que Cone Sul Soluções Ambientais só recolhe o que está no saco, o que não estiver eles não pegam, e consequentemente, temos que refazer todo o serviço de ir retirar coisas de dentro do contêiner. Encontramos gatos e cachorros mortos, tudo que se pode imaginar” contou Martim Duering.


Na semana passada forma realizadas várias ações de limpeza na cidade, mas o coordenador frisa que se for fazer visitar novamente, ele tem certeza que já vai ter muitos lixos jogados no local. “Se a equipe não for limpar logo é uma coisa que só vai aumentar”, informou. Foram realizados vários trabalhos na última semana nos bairros Santa Vitória, Bom Jesus e Margarida, e no Loteamento Viver Bem e Santa Maria. “Eu limpei a ponte de entrada no Loteamento Viver Bem na sexta-feira, 6, mas se formos lá já deve ter lixo acumulado. O bairro Santa Vitória está localizado nas imediações do Hospitalzinho e anexo à entrada do bairro tem uma parada de ônibus, local que que não há respeito e pessoas atiram o lixo, assim como perto da sanga e que cai direto na questão do Meio Ambiente!”, contou.


O coordenador ainda fala da importância do cuidado com o lixo, pois a partir daí podem se desencadear várias doenças como a leptospirose e a dengue. “A população precisar ter a consciência de que tudo é para eles, a Prefeitura sofre com os gastos, mas que eles estão se prejudicando, pois se não se ajudarem as doenças irão acontecer e atinge as crianças, inclusive”.


Duering ainda salienta durante toda a entrevista que o dinheiro que está sendo gasto nesse recolhimento, poderia estar sendo investido para a população santa-cruzense. Quem está perdendo com tudo isso é a própria comunidade, pois existe toda uma equipe pronta para atendê-los. A Prefeitura dá todo um suporte para realizar o certo. Temos uma equipe que trabalha de madrugada para entregar o centro limpo pela manhã. Muitas vezes a população reclama que o meio fio está sujo com folhas, mas não sabe que uma equipe já realizou a limpeza enquanto muitos já estavam dormindo”, ressaltou.
Outro caso muito comum no munícipio é o descarte de materiais de construção. “A Prefeitura não recolhe, é dever de o munícipe contatar o próprio entulho, pois eles acham que pedras, cimentos e outros materiais podem ser descartados nos containers verdes. E isso não é o correto, porque pagamos pelo peso, gerando um custo muito alto para o município” informou Duering.

Descarte de forma incorreta traz inúmeros problemas para a saúde da população


Jaques Eisenberger, secretário do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, frisou que é responsabilidade do município o recolhimento de lixo domiciliar. “O resíduo de construção civil não se caracteriza como resíduo domiciliar, então a Prefeitura nem poderia recolher”, destacou.


Na Central ainda existem outras ações como recolhimento de galhos, lixos orgânicos, limpeza e realização das podas. “Pedimos para que os moradores não misturem os materiais. Esta ação se traduz em trabalho dobrado, em que a equipe deverá separar os galhos e materiais como armários e sofás, isso acaba gerando muitos custos”, ressaltaram.
A Central de Serviços é responsável por, praticamente, toda a manutenção do munícipio e o embelezamento da cidade. “A Central que organiza a pintura dos meios fios, corte, vegetação, flores, limpezas, enfim, de toda a zeladoria”, destacaram Eisenberger e Duering.


Ao final da entrevista o Secretário do Meio Ambiente termina informando “De nada adianta fazermos nosso trabalho se o pessoal não colabora. O início de todo trabalho começa na conscientização de todos, de fazerem o mínimo. A população é a primeira a reclamar achando que o munícipio tem a obrigação de resolver, quando na verdade, nem seria necessário pedir para realizar a limpeza, se todos fizessem sua parte. Todos precisam ter responsabilidades e realizar os recursos de forma adequada. E ao invés de diminuir está aumentando os casos, isso nos preocupa bastante”.

MUTIRÕES

A Prefeitura Municipal continua realizando, através da Secretaria, os Mutirões de Limpeza e que já foram realizados nos bairros Bonfim, Monte Verde, Faxinal, Linha Santa Cruz, Bom Jesus, Menino Deus e Renascença. Todas as praças que tiveram o evento Praça da Cidadania tiveram, antecipadamente, as ações do mutirão. “Temos a ideia de realizar alguns momentos de mutirões este ano, só temos que fazer uma reunião com a Associação de Moradores e envolver as entidades dos bairros, para termos um trabalho mais completo. Os Agentes de Saúde também nos avisam quando tem algum problema, é um trabalho em conjunto”, citou ele. Martim ainda alerta que com o valor que está sendo destinado ao recolhimento inadequado de objetos, poderiam estar sendo realizadas praças. Ainda, os materiais se estivessem sendo depositados de maneira adequada, poderiam estar sendo reciclados, porque são os integrantes da equipe que precisam fazer a coleta, realizando um trabalho a mais do que o planejado, pois tudo envolve tempo.

HISTÓRICO

“A Central de Serviços é oriunda da antiga Secretaria de Serviços Essenciais, e por um tempo vinculada na Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana, e depois na gestão da Prefeita Helena Hermany (Progressistas) voltou para a Secretaria do Meio Ambiente, justamente porque trabalhamos em grupo. Até agora com a criação da Secretaria de Serviços Públicos, aprovado na Câmara, teremos que trabalhar bem alinhada, pois são questões de lixo, limpeza urbana e podas de árvores, existindo a relação entre as duas secretarias. Então a Central de Serviços faz parte do Departamento da Secretaria do Meio Ambiente desde o início dessa gestão”, informou Eisenberger.