Ana Souza
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Chamar a atenção da população em geral sobre o uso excessivo do carro, incentivando a sociedade a aderir a meios mais sustentáveis, como a bicicleta – ou mesmo patinetes, caminhadas e transporte público. Este foi o objetivo do Dia Mundial Sem Carro de Santa Cruz do Sul. O evento, que ocorreu no sábado, dia 21, foi uma iniciativa de Fernanda Antônio, diretora do Departamento de Mobilidade Urbana do Santa Ciclismo, em parceria com os projetos Guarda Costas e Trânsito Vida.
No Brasil, a data foi comemorada pela primeira vez em 2001, nas cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas (RS); Piracicaba (SP); Vitória (ES); Belém (PA); Cuiabá (MT), Goiânia (GO); Belo Horizonte (MG); Joinville (SC); São Luís (MA), onde os participantes organizaram “bicicletadas” para celebrar o dia e conscientizar a população. Inspirados no modelo europeu, o Brasil também aderiu à Semana da Mobilidade e, desde 2010, prepara uma agenda com discussões e atividades para ajudar a desenvolver um senso crítico na sociedade sobre os grandes males que o CO2 (gás carbônico) liberado pelos carros e motos podem causar ao meio ambiente e à saúde humana. Fonte: calendarr.com
Segundo a diretora de Mobilidade Urbana do Santa Ciclismo, Fernanda Antônio, é a primeira de muitas edições. “Realizamos o evento em Santa Cruz do Sul, sendo a data internacional, com o objetivo de incentivar nossa comunidade a aderir cada vez mais a modalidades do transporte que não seja o automóvel individual. Observamos que a maior parte dos carros trafegando nas ruas estão ocupados por uma única pessoa. Também há um trânsito cada vez mais congestionado. Santa Cruz tem calçada de qualidade e caixa de via larga, por isso temos estruturas de via urbana que comporte outros modais de transporte para um trânsito mais compartilhado, resultando em benefícios na esfera individual e coletiva, entre eles redução de estresse, de ansiedade e contato mais próximo com a cidade. Há um ganho na redução da poluição atmosférica, sonora e visual. Com a iniciativa, temos mais espaços ocupados por pessoas e não automóveis e com maior qualidade, refletindo na saúde pública. Há impacto no orçamento familiar com a redução de gastos financeiros. Santa Cruz tem um grande potencial geográfico e urbano para se tornar uma referência nacional em mobilidade urbana sustentável”.
“A realização do evento foi considerada um sucesso, pois cumpriu o objetivo proposto. O tempo colaborou e tivemos um bom público na Praça da Bandeira. Utilizando a bicicleta como transporte urbano, eu percorro cerca de 10 quilômetros por dia da casa para o trabalho e do trabalho para casa – e essa nem é uma distância muito grande, pois outras pessoas percorrem distâncias bem maiores. Numa continha rápida, dá 50km por semana; 100km por mês. Isso tem uma série de benefícios. Tanto de saúde, como financeiros e ambientais”, enfatizou Urgel Gorziza de Souza, ciclista e diretor do Departamento de Mobilidade Urbana do Santa Ciclismo.
“Como presidente do Santa Ciclismo vejo como de grande importância em o clube vir a organizar ações com essa abrangência aliado ao fato que, historicamente, é o primeiro evento dessa natureza realizado em Santa Cruz do Sul. Nossa avaliação é positiva em função do número de pessoas que estiveram na Praça da Bandeira acompanhando todas as oficinas lá realizadas bem como os participantes do Passeio Ciclístico da Cresol que reuniu mais de 50 participantes os quais receberam orientações de como se posicionar quando estiverem pedalando em vias com fluxo de veículos, faixas de segurança, semáforos e ciclovias”, completa Carlos Corrêa.
ATRAÇÕES
O Dia Mundial Sem Carro de Santa Cruz do Sul contou com uma série de atrações, como a Banda Pedivela (composta por ciclistas), Doutores Só Riso e uma exposição dos diferentes tipos de bicicletas e suas aplicações. Além disso, o projeto Trânsito Vida trouxe a Escolinha de Trânsito, voltada à educação do trânsito de crianças. Presente no evento a Escolinha de Trânsito da Polícia Rodoviária Estadual. A Cresol também foi uma colaboradora, promovendo um passeio ciclístico e sorteando uma bicicleta para os participantes. Quiz sobre trânsito e mobilidade urbana; dicas de como regular a bicicleta para evitar lesões, com a fisioterapeuta e atleta do ciclismo, Tânia Zanella e passeio ciclístico.
A Vaga Viva também esteve entre as atrações do evento, chamando a atenção como podemos utilizar a vaga de um carro para a realização de outras atividades naquele espaço. No caso, foi montada a Banda Pedivela no espaço do estacionamento da vaga de um carro.
Uma das principais atrações ficou por conta do projeto Bike Anjo, uma entidade de nível nacional que ensina pessoas adultas que ainda não sabem andar de bicicleta. Através do Bike Anjo, cinco pessoas aprenderam a pedalar. Ainda integrando o Dia Mundial Sem Carro de Santa Cruz do Sul, o Departamento de Mobilidade Urbana do Santa Ciclismo também promoveu no domingo, dia 22, um pedal urbano pelas ruas de Santa Cruz do Sul. O trajeto de 16 quilômetros teve o desenho de uma bicicleta.
O Departamento de Mobilidade Urbana do Santa Ciclismo tem como objetivo desenvolver ações que promovam um trânsito mais empático, com saúde e sustentabilidade.