
COP-11 e os impactos do tarifaço de Trump – Foto: Divulgação
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco voltou a discutir, na quarta-feira, 16, a participação brasileira na 11ª Conferência das Partes (COP-11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), marcada para novembro, em Genebra, na Suíça. Durante a 76ª sessão do órgão, realizada no formato híbrido, representantes do setor abordaram as mobilizações junto ao governo federal e aos Estados produtores, com o objetivo de garantir uma atuação mais efetiva do Brasil no encontro internacional.
Segundo o presidente da Câmara, Romeu Schneider, há preocupação quanto à postura que o país adotará no evento. “Queremos entender qual será a posição oficial que o Brasil levará à COP-11”, afirmou. Ele lembrou o compromisso do embaixador Tovar da Silva Nunes, representante permanente do Brasil junto à ONU, que, em visita recente de comitiva à cidade suíça, prometeu manter o diálogo com os produtores e realizar reuniões de briefing ao fim de cada dia da conferência.
A agenda provisória da COP inclui temas polêmicos, como responsabilização jurídica da indústria tabagista, impactos ambientais e na saúde, e proteção das políticas públicas contra interferências do setor. No Brasil, a responsabilidade por definir a posição oficial é da Comissão Nacional para Implementação da CQCT (CONICQ). Até o momento, porém, o grupo não se manifestou. Há receio de que se repita o isolamento enfrentado em edições anteriores, quando representantes da cadeia produtiva e da imprensa regional foram excluídos dos debates.
Exportações e o tarifaço
O encontro também abordou as exportações brasileiras de tabaco. O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing, apresentou os dados do primeiro semestre de 2025, quando o Brasil exportou 206,5 mil toneladas e US$ 1,36 bilhão, crescimentos, respectivamente, de 5,77% e 9,5% em relação ao mesmo período de 2024. A pesquisa da Deloitte projeta avanço de 10% a 15% até o fim deste ano.
Sobre a nova tarifa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao tabaco brasileiro, Thesing demonstrou apreensão. “No último ano, embarcamos US$ 255 milhões e quase 40 mil toneladas aos EUA. O mercado americano representa cerca de 9% das exportações totais. Essa ruptura logística não é o cenário ideal”, afirmou. Mesmo assim, ele acredita em uma resolução diplomática: “Ambas as nações saem perdendo. Estamos confiantes de que teremos uma negociação em torno do tema”.














