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CVV recruta voluntários para atendimento no 188

Inscrições são para maiores de 18 anos e devem ser feitas ainda em fevereiro

Luciana Mandler
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Para atender bem, ideal é que CVV tenha 20 voluntários. – Foto: Luciana Mandler

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma ONG que realiza apoio emocional. Devido a demanda de ligações que recebe através do número 188, está recrutando voluntários para atuarem junto à mantenedora de Santa Cruz do Sul. Conforme a porta-voz do CVV de Santa Cruz do Sul, Naira Lisane Zanette, até meados de fevereiro os interessados podem se inscrever. “Quem se inscrever após esta data ficará numa lista de espera para o próximo curso preparatório”, explica.

As inscrições são para maiores de 18 anos, e podem ser feitas por e-mail: [email protected] . No ato da inscrição, o candidato precisa informar o nome completo e número de telefone, com DDD para que possa ser contatado quando o treinamento começar. A inscrição também pode ser feita junto à guarita do Corpo de Bombeiros de Santa Cruz do Sul, fornecendo nome e o número de telefone para o contato.

Em virtude da pandemia do coronavírus, a seleção e treinamento será realizado de forma on-line. Ainda não há uma data definida para o início do curso preparatório, mas os interessados serão informados com antecedência, segundo Naira.

A porta-voz, no entanto, antecipa que a carga horária será de três horas semanais. Para isso, o voluntário precisará ter acesso à internet com, no mínimo 15 mega, e uma disponibilidade semanal de três horas para o curso. O treinamento também é realizado em um ambiente sigiloso e silencioso para que a aula possa ocorrer de forma remota.

O voluntário precisará ter o equipamento para acessar as aulas, que pode ser via computador ou telefone celular. O dispositivo precisa ter microfone e sistema de som para que o voluntário possa acompanhar os conteúdos. Depois disso, Naira salienta que haverá um estágio de dois meses no atendimento para que o voluntário tenha quatro horas semanais para o atendimento, e duas horas semanais para a realização de reunião de grupo.

Naira explica ainda que atualmente há nove voluntários atuando na mantenedora e que o ideal seria se fossem 20. “Gostaríamos de preencher mais horários no atendimento para amenizar a espera de quem liga e necessita de um atendimento”, aponta. “Temos uma lacuna imensa no turno da noite, onde as ligações são em maior número. É que o CVV atende 24 horas, e por isto estamos sempre em busca de mais voluntários, a fim de oferecermos mais tempo no atendimento”, completa.

LIGAÇÕES

O trabalho de apoio emocional oferecido pela ONG é grátis e necessita de voluntários para realizarem o atendimento por meio do número 188. De acordo com a porta-voz Naira, em todo Brasil são em torno de 10 mil ligações diárias. Há dias que tem mais. O número de ligações está aproximado do número que teve antes da pandemia, segundo Naira, porém, as situações nos atendimentos são, em muitos casos, relacionadas ao momento em que estamos vivendo.

QUEM PROCURA

A procura no atendimento é de um público bem diversificado, inclusive crianças procuram o serviço, segundo Naira. “Não questionamos nome, idade, de onde ligam. Para nós é um ‘ser humano’ que precisa ser acolhido”, enfatiza. E por falar nisso, a porta-voz reforça que o CVV não dá conselhos, o que muitos confundem. “Apenas dispomos o nosso tempo para ouvir a quem precisa, pois a ‘escuta’ é que faz toda diferença, o que hoje em dia está tão difícil”, reflete.

“Claro que também interagimos, mas nada que seja em forma de ‘conselhos’, pois no momento em que a pessoa é ‘ouvida’ e ela pode falar de sua angústia, é um momento em que ela também passa a se escutar e dali surge alguma ajuda para seu problema”, aponta.

Naira, assim como os demais voluntários do CVV, acredita que através do 188 são salvas muitas vidas. “No momento que recebemos uma ligação, ficamos totalmente atentos para ouvir aquela pessoa. E isso é muito importante: ser ouvido, saber que alguém está dando atenção a minha dor”, avalia. “Praticamos a empatia e acolhemos de forma sigilosa e sem julgamento”, acrescenta.

Naira diz que seguidamente o CVV recebe ligações de pessoas agradecendo, dizendo que os voluntários são anjos do CVV e que pelo fato de term sido atendidas estão vivas hoje em dia, dentre outras declarações. “Então isso nos deixa muitos felizes. Conseguimos ajudar de alguma maneira sem saber a quem foi. É imensurável”, emociona-se.

Para finalizar, Naira menciona um dos 52 preceitos que o CVV tem: “Se em toda nossa jornada salvarmos uma vida, o trabalho terá valido a pena”.