Início Colunas De repente, o cliente, antes príncipe, vira sapo

De repente, o cliente, antes príncipe, vira sapo

Dia 23 de Julho a Anatel proibiu a TIM, Oi e Claro de comercializar chips e modems em vários estados devido à má qualidade dos serviços prestados e o alto volume de reclamações dos clientes. As três companhias tiveram que apresentar planos para melhoria no serviço.
Não sei você, mas eu não tenho sorte com operadoras de telefonia celular. Algum tempo atrás, ao conferir a fatura de uma delas, constatei que a empresa estava me cobrando duas linhas telefônicas não solicitadas e por serviços não contratados. Depois de muito reclamar, fui ressarcido dos valores cobrados indevidamente.
Em outra ocasião minha esposa tentou cancelar uma linha de celular de outra operadora. Que trabalheira! O pessoal do atendimento a transferia de setor para setor até a ligação cair. Isso aconteceu inúmeras vezes. Até que um dia a Marta resolveu ir ao PROCON. Só assim ela conseguiu se despojar da linha.
Entretanto, foi no fim do ano passado que tive a pior experiência com operadoras de telefonia móvel. Eu precisava melhorar o estoque de mercadorias na loja para alimentar as vendas no Natal. Recorri a um financiamento bancário, mas o gerente disse-me que o pedido de crédito fora negado porque certa operadora de telefonia celular havia incluído o nome da minha empresa indevidamente no Serasa. Indevidamente porque eu jamais tive uma linha telefônica daquela companhia.
Depois de alguns dias e cansativas ligações para o SAC da empresa onde a voz gélida da máquina me instruía “para isso, aperte um, para aquilo, aperte dois…”, sem solução, procurei um advogado para defender a causa. A companhia perdeu a ação e, após o réveillon, meu CNPJ foi limpo. Porém eu é que amarguei a maior perda: deixei de fechar negócios por falta de produto. Um prejuízo de aproximadamente R$ 50 mil reais.
 Por essas e outras já era hora de alguém dar um basta a tanto abuso e desrespeito ao consumidor. Há empresas que fazem malabarismos para nos conquistar como clientes. E quando apresentamos interesse por um produto, nos tratam como verdadeiros príncipes: estendem-nos um tapete vermelho recheado de vantagens e promessas que nos impulsiona ao desejo de compra. Mas o tapete desaparece na primeira tentativa de solicitação ou reclamação que, na maioria das vezes, são tidas como impertinentes. É nessa hora que de repente, nós clientes, antes príncipes, viramos sapos.