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Décimo terceiro aquece comércio santa-cruzense

CDL prevê um incremento de até 10% nas vendas pré-Natal. Estimativa fica acima do número nacional de 6% de crescimento

NASCIMENTO MKT
Pagamento do 13º prevê um incremento de até 10% nas vendas pré-Natal

LUÍSA ZIEMANN
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Quitar as dívidas, comprar os presentes de Natal para a família, programar uma viagem para as férias de verão. São tantas coisas a fazer que, para muitos, o dinheiro acaba ficando curto neste período do ano. Por isso, o décimo terceiro salário – previsto em lei para todo trabalhador celetista, aposentados e pensionistas do INSS – auxilia na hora de dar aquela equilibrada no orçamento. Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a primeira parcela do décimo deve ser paga anualmente entre o dia 1º de fevereiro e o dia 30 de novembro. Já o pagamento da segunda parcela deve ocorrer até o dia 20 de dezembro. A bonificação alenta o comércio santa-cruzense, que prevê um incremento de até 10% nas vendas pré-Natal deste ano de acordo com a Câmera dos Dirigentes Lojistas (CDL).


De acordo com o presidente da entidade de Santa Cruz, Ricardo Bartz, desde o pagamento da primeira parcela, o mercado se aqueceu no município. “Mas é especialmente na segunda parcela que isso reflete de forma mais direta no comércio, porque é quando o consumidor usa para aplicar em compras para o Natal, como presentes, roupas, alimentos para a ceia ou para as festas de final de ano”, explica. “Existe um aumento sim, tanto é que os lojistas precisam se preparar antes, reforçando seus estoques em outubro e novembro para bem atender a demanda de final de ano.”


Bartz salienta que no Brasil a expectativa é de um crescimento em torno de 6% e, para o município, o clima de otimismo em relação às vendas é ainda maior. “Eu acredito que Santa Cruz deve superar a média nacional e devemos vender cerca de 10% a mais e chegar a números próximos ao do ano da pré-pandemia”, destaca o presidente da entidade. “A campanha da CDL Presente Com Você é um reflexo disso, tanto que deveremos chegar a um milhão de cautelas distribuídas.” Entre os produtos com mais procura no período de final de ano estão os setores de presentes, vestuário e artigos natalinos, bem como o setor de materiais de construção e supermercados.


Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) também projetam uma perspectiva positiva paro o Natal, situação que anima o segmento do varejo na região. O Índice de Confiança do Empresário no Comércio (Icec), medido durante o último mês de novembro, apontou um crescimento na casa dos 10,9%, sendo considerado o mais elevado da série histórica, iniciado em 2011.


Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz do Sul (Sindilojas-VRP), Mauro Spode, este levantamento reforça a esperança do segmento com relação ao fim de ano. “Estamos ingressando na nossa época mais importante. O Natal é a principal data de vendas do varejo, sabendo que a confiança do empresário está em alta, aliando a ela o momento da economia e o desempenho positivo de vendas do ano, podemos reforçar que o impacto desta avaliação será sentido pelo comércio”, diz.


Com base nos índices e na observação pontual do desempenho do varejo local, desde o Dia das Mães – em maio, quando o comércio santa-cruzense registrou uma alta de 7% nas vendas -, a projeção do segmento para o fim de ano é de um crescimento de 5%, na comparação com o Natal do ano passado. “Ao longo de 2022 percebemos uma evolução nas vendas, sobretudo, em datas que nós não tínhamos uma venda tão presente, como Dia dos Namorados, que se consolidou no calendário do varejo neste ano. Todo este crescimento positivo nos mostra que fazer uma projeção destas não será puro otimismo de nossa parte”, complementa o presidente. “Acreditamos que este Natal irá confirmar a retomada do varejo pós-pandemia.”

PARA SAIR DO VERMELHO

Caso se confirme a intenção e o planejamento dos entrevistados de uma pesquisa realizada pelo Serasa, a inadimplência recorde no país pode ter um alívio neste final de ano. Pelo menos 63% dos 2.800 brasileiros pesquisados disseram que pretendem utilizar o 13° salário para limpar o nome e pagar as dívidas e contas básicas. De acordo com o estudo, 25,8% dos entrevistados pretendem utilizar a bonificação para pagar dívidas; 25,6% dos entrevistados querem limpar o nome e 12,5% planejam saldar as contas básicas, como água, luz e aluguel. Os números representam um alento diante do cenário com o maior índice de inadimplência no ano. A pesquisa que analisou a intenção de gastos do 13° salário também indica que o valor deverá ser destinado a despesas com alimentação (7,1%) e investimentos (4,1%).