Início Geral Delegados de Polícia buscam realinhamento salarial igual a dos Procuradores/RS

Delegados de Polícia buscam realinhamento salarial igual a dos Procuradores/RS


ANA SOUZA
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Ninguém vai se negar a trabalhar”, estas foram algumas das palavras do Delegado de Polícia Regional e de Sinimbu, Julci Severo, durante encontro dos Delegados Regionais realizado na tarde de ontem, 14, na sala da 16ª Região Policial (DRP), com sede em Santa Cruz do Sul. Na reunião da classe – que contou com a presença de 18 delegados da região – foi divulgado para os representantes da imprensa um documento contendo três páginas com as decisões tomadas e que buscam a equiparação salarial em igualdade aos vencimentos recebidos pelos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul.
Para lembrar o que a classe está reivindicando, voltamos ao dia 5 de novembro, quando foi divulgada pela Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep/RS) uma nota oficial na qual a classe dos Delegados de Polícia decidiu rejeitar, de forma unânime, a proposta do Governo que sugeriu 10% de reajuste a ser pago em duas parcelas: a primeira (5%) em janeiro de 2012 e a segunda (mais 5%) em abril do mesmo ano. Além destas, o Governo do Estado estipulou prazo para junho do ano que vem com a retomada das discussões sobre a referida pauta.
“Todos estão coesos com as diretrizes decididas durante a Assembleia Geral da Asdep realizada em 5 de novembro em Porto Alegre. O realinhamento foi uma decisão referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em mais de uma decisão. Reafirmamos que a classe não irá paralisar suas atividades, iremos trabalhar normalmente e cumprir as diretrizes decididas pela Asdep. Não há motivo para que um Delegado de Polícia com uma carreira jurídica de extrema complexidade e com um dos concursos mais difíceis de serem vencidos, esteja em um patamar de tamanha desigualdade com as demais carreiras jurídicas do Estado do Rio Grande do Sul”, explica Severo.
Um dos ítens do documento destaca que há repúdio quanto ao recebimento de remuneração inicial de menos da metade do subsídio de um Procurador do Estado recém empossado, assim como repudiam receber em final de carreira, com 30 anos de serviços prestados, 1/3 a menos do que um Procurador do Estado com um dia de trabalho.
O documento composto de três páginas e com vários ítens traz em suma que a classe permanecerá em Assembleia permanente. O Delegado enfatizou uma parte do documento que diz que “Compreendem as dificuldades financeiras do Estado na implementação do subsídio, aceitando, no entanto, que o realinhamento seja feito de forma escalonada, dentro de um período razoável na gestão do atual Governo, desde que formalizado em Lei.”
Severo frisou que decisões como esta já estão sendo realizadas em diversas regiões entre elas, Lajeado, Montenegro, Uruguaiana, Alegrete, Soledade, Santa Maria, Camaquã, Cachoeira do Sul, todas com a mesma deliberação.
Ainda na segunda-feira, às 16h30min, os representantes dos Delegados Regionais estiveram reunidos com o Governo do Estado em uma nova rodada de negociações, reafirmando as solicitações apresentadas na reunião de segunda-feira pela 16ª DRP. Amanhã, 16, a Asdep se reunirá com os Delegados Regionais para ver o andamento do movimento no interior do Estado e será aguardado sempre os indicativos do comando geral para as próximas medidas.

ROLF STEINHAUS

 

Severo: “Não há motivo para que um Delegado de Polícia esteja com um patamar salarial desigual às demais carreiras jurídicas”

As medidas que serão tomadas até o atendimento da reivindicação
– Não aceitar convites para ministrar aulas e coordenar disciplinas nos cursos de formação da Acadepol;
– Não participar das Operações Verão, Serra e Fronteira;
– Suspender as operações que vêm sendo feitas e que geram a chamada “agenda positiva” para o Governo;
– Colocar os cargos de confiança à disposição, deixando de exercer a função de diretor de departamento ou divisão, delegado regional de polícia ou junto à Secretaria da Segurança Pública;
– Não exceder a carga horária legal (40 horas semanais), gozando as folgas necessárias toda vez que houver convocação para trabalho extraordinário, como sobreavisos e escalas de plantão, entre outras que se mostrarem necessárias, para o que permanecem em assembleia geral.
– A Delegacia de Polícia para a Mulher de Santa Cruz do Sul e o Posto Policial de Atendimento à Mulher de Venâncio Aires não participarão de eventos e atividades relacionadas aos 16 (dezesseis) dias de ativismo para o fim da violência contra a mulher, em alusão ao Dia 25 de novembro – Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.