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Dengue: Santa Cruz do Sul atinge zero mortes

Entre as ações da Prefeitura para combater a doença esteve a contratação de agentes de endemia e a aplicação do fumacê

Foto: Banco de Imagens/RJ
Neste ano, município já teve 1.635 casos positivados para dengue,
doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti

Luísa Ziemann
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Santa Cruz do Sul alcançou o marco de zero mortes por dengue em 2022. Além disso, a união de esforços entre poder público e comunidade para combater a doença resultou em uma redução de 71% dos casos confirmados. Os dados são da Prefeitura, que através da Secretaria de Saúde vem realizando uma série de atividades ao longo do ano para minimizar os casos das arboviroses conduzidas pelo mosquito Aedes aegypti, que além da dengue é também o transmissor do zika vírus e da chikungunya.


Segundo dados divulgados no último boletim epidemiológico emitido pela assessoria de comunicação da Prefeitura, no final da tarde de ontem, até o momento Santa Cruz teve 3.322 casos notificados. Destes, 1.635 foram positivados para dengue (336 por laboratório e 1.299 clínico-epidemiológico) e 1.479 foram descartados. Outros 208 ainda aguardam o resultado. Entre os casos confirmados, já não há mais nenhum paciente internado no município. Já para as doenças zika, chikungunya e febre amarela não houve nenhum resultado positivo.


Entre as ações da Prefeitura para combater a doença esteve o aumento dos recursos humanos e de maquinário, bem como a contratação de agentes de endemia e a aplicação de larvicida biológico. Além disso, foram realizadas forças-tarefas de limpeza e fiscalização nos bairros e a aplicação do fumacê, que é a pulverização de inseticida contra o Aedes aegypti.


O fumacê, que foi de extrema importância no controle de disseminação da doença, é utilizado apenas em casos emergenciais, onde há circulação viral de dengue, zika ou chikungunya em determinadas áreas. O seu uso é uma forma complementar às demais técnicas de enfrentamento à proliferação do inseto, já que o inseticida mata somente mosquitos que estiverem voando no momento da aplicação.


De acordo com a secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke, houve uma reestruturação de todo o departamento de endemias da Vigilância Sanitária para agilizar o combate ao mosquito. “Adquirimos o aparelho que fumacê, o qual existem apenas seis em todo o Estado, e também foi feito um forte investimento em contratação de agentes de endemia e também na compra de materiais em geral”, conta. “Quando houve a diminuição de casos de covid, realizamos uma força-tarefa intensa na Vigilância com os olhos voltados à dengue, justamente para podermos alcançar os resultados que estamos alcançando.”


Daniela salienta que chegar ao marco de zero mortes por dengue no município é fruto do comprometimento de uma equipe multidisciplinar. “Existem três pilares que nos fizeram chegar nesse resultado: reestruturação física e humana do departamento, integração com outras secretarias e outros ramos da saúde e também a tecnologia, que permitiu a aplicação de larvicidas biológicos. Fomos um dos municípios pioneiros em adquirir esse produto e pulverizar toda a cidade.”


A chefe da pasta também destaca a importância da participação ativa da comunidade nas campanhas de controle do Aedes. “A comunidade é protagonista. A parte do poder público é orientar, ensinar a cuidar do pátio. O sucesso depende da participação e engajamento da comunidade. Eliminar água parada é a maneira mais eficaz de combater o mosquito”, relembra. Daniela também destaca que mesmo com os resultados positivos, não é hora de relaxar os cuidados. “Em dias de chuva e/ou com temperaturas mais elevadas, como na última semana, já se percebe maior número de mosquitos, não só o Aedes. Então pedimos para que a comunidade verifique seu pátio assim que parar de chover.”