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Do “Dream Team” ao time esquecível

Barcelona retomou a ideia dos três zagueiros na temporada passada – Reprodução RJ

O esquema com três zagueiros não é coisa nova, há quem possa considerá-lo ultrapassado. Enfim, há times que ainda utilizam essa formatação. Na última temporada europeia, o Barcelona do técnico holandês Ronald Koeman, não obteve um desempenho excelente e só conquistou a Copa do Rei, um torneio secundário em relação ao Campeonato Espanhol. Mas me parece que a experiência de Koeman foi interessante, ao recolocar a ideia de três zagueiros no Barcelona.

Um dos times mais relevantes do clube catalão foi o “Dream Team”, a “equipe dos sonhos” que conquistou a Copa dos Campeões da Europa em 1992, em final contra a Sampdoria da Itália. Na época, Koeman era jogador e, inclusive, marcou o gol que deu o título ao Barcelona. Ele era um dos três zagueiros do “Dream Team” do técnico (também holandês) Johan Cruyff. Koeman jogava como líbero, ficava na sobra, enquanto os outros dois zagueiros marcavam os atacantes adversários (na final contra a Sampdoria, os stoppers Ferrer e Nando marcavam o centroavante Vialli e o meia avançado Mancini, que eram os dois atacantes do time italiano).

Há semelhanças e diferenças entre o Barcelona de 1992 e o Barça de 2021. Ambas as equipes tinham três zagueiros, é bem verdade. Por outro lado, o time treinado por Cruyff possuía três atacantes: pela ponta-direita, Salinas; pela ponta-esquerda, Stoichkov e como falso centroavante, Michael Laudrup. Já o Barcelona de 2021, do técnico Koeman, jogava com dois atacantes e colocou Messi e Griezmann em uma partida contra o Celta Vigo do ex-técnico colorado Coudet. Portanto, o Barça de 1992 se colocava em campo no esquema 3-4-3, e o time de 2021 jogava no 3-5-2.

Curiosamente, o técnico Koeman, diante do Celta, escalou também um terceiro atacante, porém improvisado na ala-direita (compondo o quinteto do meio-campo): o francês Dembélé.

Outra observação que acho interessante são as funções exercidas por Laudrup (1992) e Messi (2021). Ambos, quando o Barça defendia, eram atacantes. E, quando o time atacava, poderiam recuar para construir o jogo no meio-campo.
Claro, são dois times (Barça 1992, Barça 2021) com dimensões totalmente diferentes. O primeiro entrou para a história, o segundo não será muito lembrado. O que procuramos analisar aqui são as semelhanças do ponto de vista tático.