Ana Souza
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Na edição de hoje, 27, o Riovale Jornal traz a última entrevista com os prefeituráveis. Conheça o plano de governo de Francisco Carlos Smidt, o Carlão, e Anette Schiemann, que compõem chapa pura, ou seja, aos cargos são do mesma legenda, disputando as eleições pelo partido Novo. Na entrevista ocorrida na manhã de quarta-feira, 25, no comitê, falaram sobre várias questões que envolvem as metas para governar, com foco no slogan da campanha ‘Coragem e competência para mudar’.
O DESEJO DE GOVERNAR SANTA CRUZ – “Este desejo de governar Santa Cruz do Sul não nasceu de nós mesmos, mas sim, da comunidade. Foi um chamamento para que concorrêssemos às eleições. Trago comigo a experiência como vereador, estou no sétimo mandato. Fui quatro anos Secretário de Saúde e 11 dias à frente da Prefeitura com o falecimento do então prefeito Telmo Kirst. Tem uma palavra que resume este chamamento: confiança. Alguém que é convidado para administrar um município como Santa Cruz do Sul, com 138 mil habitantes e com orçamento que vai gerar em torno de R$ 1 bilhão de reais, é motivo de muito orgulho, razão pela qual na minha caminhada política, jamais viraria as costas para a comunidade que me elegeu sete vezes vereador. Não recusaria o convite para concorrer a prefeito. O ser humano é movido à desafios, assim diz a minha candidata à vice, Anette. Queremos contribuir ainda mais com a comunidade, ao longo destes mais de 30 anos em que estou na atividade pública. Temos conhecimento da realidade da comunidade. Santa Cruz nos orgulha é a admirada por quem nos visita, mas sabemos que existem carências e demandas não atendidas nas mais diversas áreas, principalmente na saúde e educação. Temos como contribuir de forma muito segura e consciente, para tornar o município ainda melhor”. A candidata a vice completou falando da decisão em concorrer: “o partido Novo avaliou toda a situação e uma palavra que me move é o desafio. Temos a missão de encarar o pleito, mesmo sem recursos e sem tempo de TV. Com muita coragem tivemos todo o suporte de nosso partido e nossos candidatos a vereadores são uma verdadeira força motriz da nossa campanha. A jornada está incrível, um verdadeiro time”.
PLANO DE GOVERNO – “Nosso plano de governo é um norte da administração futura de 4 anos. Ele deve ser o mais real possível, sem ilusões. Sem obras mirabolantes e impraticáveis. Temos muito respeito pela comunidade. O plano de governo pode ser alterado de uma forma, ou de outra, visando melhorias para a cidade”, afirma Carlão.
SAÚDE – “Um dos maiores patrimônios do ser humano é a saúde. Uma área fundamental. O atendimento deve começar pelos agentes comunitários de saúde, que vivencia o dia-a-dia dos bairros. Passa pelas unidades básicas, esta é a primeira dificuldade que é a de obter consulta com clínico geral. Depois passa para exames de imagens e cirurgias eletivas. Hoje, se joga tudo nos ‘costas’ do Estado. Existe suporte financeiro para resolver e deve-se resolver problemas pontuais e que colocam em risco a vida das pessoas. Queremos resolutividade, dar solução pela espera das pessoas na busca de informações. Nunca fui apontado por nada na Secretaria da Saúde. Na gestão das áreas da saúde e da educação, o primeiro responsável pelo Tribunal de Contas é o secretário. A lei de responsabilidade impõe isso. Não é desmerecendo o trabalho do outro que iremos crescer na vida. Eu respiro a comunidade. As pessoas precisam de solução e temos que ir atrás de quem necessita de ajuda. Com boa vontade e esforço, conseguimos fazer muito pelas pessoas.” Anette acrescentou que há necessidade a agilizar o atendimento. “Existem ferramentas que precisamos implementar, tal como o agendamento on-line que as pessoas não precisam se deslocar. A tele-medicina também seria outro mecanismo, que pode ser feito através do celular. Mais um mecanismo de resolutividade, uso da tecnologia para agilizar o atendimento.”
EDUCAÇÃO – “Vejo o turno inverso como extremamente importante, mas que os alunos não fiquem sem currículo de estudos com disciplinas complementares. Falar sobre empreendedorismo, prevenção às drogas, saúde, futuro profissional, coisas que façam com que cresçam, abrir a visão de mundo. Por isso a qualidade de ensino está onde está, com baixos índices de crescimento”. Anette complementou que deveria haver aproveitamento do turno inverso. “Deveriam adicionar atividades que despertem mais interesse aos estudantes. Um exemplo é a educação financeira, ensinar desde pequeno. O turno inverso pode resgatar valores que estão sendo perdidos. As pessoas têm muitas habilidades.”
FUNCIONALISMO – Na Assembleia do Sinfum e do Sinprom foram elencados diversos assuntos apresentados aos prefeituráveis. “Uma questão que fica muito claro sobre insalubridade, vale-alimentação, padrão salarial, tudo isso é direito do funcionário e dispensa comentários. Deve ser cumprido. Dentro das condições financeiras da prefeitura, iremos regularizar esta situação, pagar este direito. A recuperação das perdas também terão um olhar de nossa gestão. O servidor público é o maior patrimônio da prefeitura. Se queremos alunos bem educados e com satisfação de virem para a escola, também vem dos professores que estão fazendo seu trabalho com grande satisfação. Devem ser valorizados! Uma questão importante também é a qualificação dos professores, existe carência. A motivação faz o trabalho render. Estaremos sempre disponíveis para dialogar! Se não me engano, todas as escolas que obtiveram nota máximo no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), cerca de 21, foram do Nordeste. Bons exemplos devem ser seguidos. Um dos assuntos que foi pauta dos debates foi a questão das cotas raciais. Eu não sou contra as cotas, sou a favor para as cotas sociais. A diferença está no estudo. O que precisamos é uma escola pública de qualidade.”
TRANSPORTE E MOBILIDADE URBANA – “São dois assuntos bem polêmicos. A mobilidade urbana, em função de quase 100 mil veículos para em torno de 130 mil habitantes. O que deve ser feito é buscar rotas alternativas. Tirar do Centro. Devemos estar atentos à Linha João Alves, que se tornou uma verdadeira cidade. O local cresceu demais e com vários loteamentos. O asfalto da Rua Bruno Pritsch não foi a solução para tudo, penso que deve ser buscada uma rota alternativa, feito um estudo e com atenção à questão ambiental. Iremos buscar fazer um estudo para uma via de Linha João Alves até o Centro da cidade e que não passe pela João Werlang, que já está congestionada. Já o transporte coletivo deve ter um outro olhar, construir mais ciclofaixas. Há ônibus com poucos passageiros em determinados horários, tem que haver um diálogo sobre isso.”
INTERIOR – “Há toda a questão da infraestrutura. Cuidar dos acessos nas estradas e calçamentos. Como Rio Pardinho que está com as vias laterais sem calçamento. Temos que resolver as questões de saneamento e de água, com as redes hídricas. Valorizar o turismo rural e das rotas turísticas. Incrementar o turismo nos locais do interior”, disse Anette.
VÁRZEA – “As situações climáticas irão continuar a acontecer. Precisamos entender melhor estes movimentos, com tecnologia. Não é um problema só de Santa Cruz mas da região. Temos que ter um sistema de monitoramento, que calcule a velocidade com que a água chegue. Um trabalho em conjunto com a Defesa Civil e organizações civis. Fazer um muro de contenção. Buscar tecnologias para ajudar nesta questão”, pontuou Anette.
EXPECTATIVA – “Nossa expectativa é muito positiva. A comunidade é que vai decidir o que é melhor para Santa Cruz, estamos concorrendo e vamos nos eleger por ela. Estamos tendo um grande apoio. Temos prejuízo por não termos tempo de TV mas, ao mesmo tempo, muita união, determinação e força de vontade. Temos toda a confiança que iremos fazer uma Santa Cruz melhor. Repudiamos as maldades de partidos que espalham que iremos desistir, muito pelo contrário, jamais pensamos em desistir. No nosso dicionário não existe esta palavra, temos, sim, respeito pela comunidade. A eleição não será nossa. A vitória será da comunidade santa-cruzense para recuperar a ética e moralidade administrativa de nosso município, para encerrar o ciclo de alternância no poder de famílias, embora reconheçamos o trabalho delas, sem nenhum demérito a este trabalho. A população clama por mudança e quer novas pessoas dentro da prefeitura. Temos a certeza que a comunidade irá se orgulhar muito de nosso trabalho que será feito com os pés no chão. Nosso discurso não é conversa vazia!”, complementou Carlão.