Início Geral Enart 2012: Lanceiros de Santa Cruz homenageia as mulheres

Enart 2012: Lanceiros de Santa Cruz homenageia as mulheres

Alyne Motta – [email protected]

O Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Lanceiros de Santa Cruz também se encontra a mil com seus preparativos para a final do Encontro de Arte e Tradição Gaúcha (Enart), que acontece em Santa Cruz do Sul, de 16 a 18 de novembro, no Parque da Oktoberfest.
Para entrar no clima, realizou no domingo, 11 de novembro, sua pré-estreia com um almoço no galpão da entidade (Farroupilha, 578). O evento serviu para mostrar o temário usado nesta edição do Enart – uma homenagem às mulheres gaúchas – sua coreografia de entrada e saída, bem como suas pilchas.
O homem, personagem consagrado historicamente pela sua coragem, força e bravura, deixa de ser o destaque e cede lugar à mulher e suas inúmeras virtudes. A virilidade masculina, função nenhuma teria, sem as qualidades da feminilidade da gaúcha que também soube contribuir para a constituição do povo do RS.
As canções de entrada e saída, “Como não te chamar de rosa” e “Cores de uma saga”, respectivamente, são de autoria de Antoní Pereira e coreografadas por Robson Cavalheiro. Os Lanceiros de Santa Cruz realizam sua apresentação na noite de sábado, 17 de novembro, sendo o sexto grupo do Bloco 5 da Força A.

Rolf Steinhaus

Na coreografia de entrada, uma lembrança das rosas

ENTRADA
Na coreografia de entrada, a flor rosa é usada como uma metáfora para a celebração da mulher, visto ser um símbolo da beleza e da pureza, perfeição em todos os sentidos. As cores utilizadas referem-se aos simbolismos, atribuídos às diferentes funções assumidas pela mulher na Revolução Farroupilha e no seu cotidiano.
Nesta representação, devaneamos entre as vivandeiras “rosas vermelhas”, as estancieiras, mães e filhas “rosas brancas”, guerreiras “rosas amarelas”, e ainda as escravas, amas de leite, submissas “rosas cor de rosa”, que participaram efetivamente em todos os momentos da história ao lado dos seus peões.

Rolf Steinhaus

Como forma de retirada, uma homenagem a Ana Terra

SAÍDA
Já como tema de retirada, a entidade homenageia a mulher gaúcha através de Ana Terra, personagem da imortal obra O tempo e o vento de Érico Veríssimo. Ana, esta imaginária gaúcha que habitou os campos sul rio-grandenses entre os séculos XVIII e XIX, representa a saga de todas as mulheres.
O que foi traduzido na ficção pode ter sido a dura realidade para muitas prendas que viviam em um tempo em que a guerra era uma constante e a linha fronteiriça entre viver e morrer era tênue. Se Ana Terra foi submissa a uma família tradicional, também se apaixonou, foi amante, forte e guerreira.