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Encontro: Projeto

Diego Dettenborn – [email protected]
 
 
Noite para estreitar laços e fortalecer idéias. Foi neste embalo que na última quinta-feira, 5 de novembro, os responsáveis pelo Projeto Alegria e Esperança e incentivadores, se encontraram no pavilhão da Igreja Evangélica. O projeto social mantido pela Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE) – Igreja Evangélica, atende regularmente cerca de 100 crianças carentes de Santa Cruz do Sul. 
Trabalhando com o maior objetivo de prevenir contra drogas, alcoolismo e até mesmo a prostituição o Projeto Alegria e Esperança, fundado em agosto de 1993, é hoje uma realidade e já se tornou referência na região dos Vales. Contando com o trabalho voluntário, mas também acompanhamento de profissionais a ação hoje em dia desenvolve suas atividades nas dependências da Igreja Evangélica, localizado na rua Venâncio Aires. 
Em 2013, 88 crianças estiveram envolvidas no projeto, sendo que mais de 80% deste total é formado por crianças moradoras do Bairro Bom Jesus. Os bairros Margarida, Belvedere, Faxinal e Beckenkamp completam a lista de localidades que são atendidas. Oficinas de música, arte-terapia, teatro, dança são desenvolvidas no projeto que funciona durante quatro vezes por semanas, na segunda-feira, terça, quarta e quinta.
Segundo Vivian Trentini, diácona da Paróquia e coordenadora do Alegria e Esperança, é necessário que o aluno esteja em dia também com suas atividades escolares. “Existe uma condição. Para estar aqui, ele tem que estar matriculado e se fazendo presentes nas aulas. Como é o contra-turno, isto é uma condição, tem que estar na escola”. 
Marlene Fuerstenau, presidente da OASE e fundadora do Alegria e Esperança, explica como tudo começou. “Começou com quatro crianças que eram pedintes naquela época, pediam esmola nas casas. Em um dia de chuva elas foram à minha casa e eu mandei elas entrarem  e comecei a conversar. Descobri então que daquelas quatro crianças, duas não sabiam ler e escrever, nunca tinham ido ao colégio. Uma delas disse que a mãe havia falado que tinha 11 anos, mas também não conhecia algarismos. Deitamos no chão e senti que o menino não tinha motricidade para pegar o lápis. Com muita força ele conseguiu desenhar o número 1, levantou e saiu pulando gritando que tinha conseguido. Foi muito marcante para mim e ali começou tudo”. 

Divulgação/RJ

Aulas de música também são desenvolvidas no Projeto
 
 
 
O menino, conhecido na época como Sabonete acabou falecendo e tornando-se símbolo do projeto. A partir daí, Marlene começou a visitar os bairros e conversar com as famílias explicando como iria funcionar o projeto. Ela ainda faz um balanço das duas décadas de Projeto. “Tivemos resultados e muitos exemplos maravilhosos. Ex-alunos que hoje são casados, que tem família, vem até nós e agradecem, dizem que se não fosse o projeto a vida não seria a mesma. Nem todos nós conseguimos recuperar, isso nos deixa triste, muito triste, mas não conseguimos sempre 100%, porém tem o lado positivo e é muito gratificante”.
Vivian ressalta que não existe condição no que diz respeito a própria igreja. “É um ação projeto diaconal que significa fé em ação, onde colocamos nossa fé em ação em favor daquele que precisa, por isso a igreja está a serviço.”
 
 
 
 
Diego Dettenborn

Marlene e Vivian são responsáveis pelo projeto
 

 
 
 
Destinação de Imposto de renda
 
 
 
 
Um fator importante nesta época do ano é a destinação do Imposto de Renda, uma vez que o próprio Projeto Alegria e Esperança tenha parceria com o Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente de Santa Cruz do Sul, o Comdica.  Existe a possibilidade de destinação de uma certa parte do imposto para o Comdica que, consequentemente, repassará a verba ao projeto. 
Há um grande potencial de destinação de Imposto que não está sendo aplicado no município, segundo Adilo Rehbein, presidente do Sindicato de Contadores e Técnicos em Contabilidade (Sintotec) e incentivador do projeto Alegria e Esperança. “Aqui em Santa Cruz do Sul o potencial é de 6 milhões de reais e a destinação atual é de pouco mais de 700 mil reais, é pouco. Precisamos todos nós fazer um trabalho de conscientização até porque isso não mexe no bolso do contribuinte”, comenta.
“Ao invés de fazer um depósito para o governo federal, o cidadão vai fazer o depósito para uma entidade, seja o Comdica ou qualquer outra. Pessoa física pode destinar até 6% do imposto já a pessoa jurídica 1%. O Sintotec apóia esta ideia e orienta neste sentido”, revela Ardilo. Maiores dúvidas podem ser tiradas com o presidente do Sindicato de Contadores e Técnicos em Contabilidade pelo telefone 3713 3925 ou na Avenida dos Imigrantes, 469. 
 
 
Diego Dettenborn

Adilo: “Ao invés de fazer um depósito para o governo federal o cidadão vai fazer o depósito para uma entidade”